Capítulo 22

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    Após o dia em que Heloise encontrara Broo, juntamente com Ed, chorando no estacionamento da San Geiger, não a vira mais. Nos dias em que haveria aula na faculdade Heloise não a avistara e quando questionou Ed sobre a ausência dela, ele dissera que Broo estava visitando uma tia em outro estado.

Heloise estava seriamente preocupada, imaginando o que poderia estar acontecendo com a amiga para ela faltar a faculdade dois dias seguidos. Ed garantira a ela que estava tudo bem, mas infelizmente Heloise notara o tom vacilante dele. Sabia que estava mentindo. Brooke chorar já era estranho, sumir do nada era mais estranho ainda.

O mais estranho foi o que houve na tarde daquela sexta no Coffeehouse Bright. Era mais um dia de trabalho, enquanto recebia os pedidos de Alex, que a este ponto já voltara a ser amigo dela novamente, Heloise servia os clientes educadamente e com disposição. Apesar de alguns pedidos trocados que ainda aconteciam.

O estabelecimento estava movimentado, e Heloise mal dava conta de atender a todos de uma vez. Até chamou Alex para ajudá-la em um momento. Enquanto saiam da cafézinha rindo de um comentário de Alex em relação à um cliente mão de vaca que só pedia um café pequeno e aproveitava os biscoitos grátis na mesa, mais alguém entra no Coffeehouse Bright. Heloise quase deixara sua bandeja cair ao notar Colin atravessando a porta.

Alex lança um olhar entre um e outro e agarra a bandeja da mão de Heloise.

  — Melhor você atender. — ele fala.

Heloise engole em seco e anda vacilante até a mesa de frente para a vitrine, onde naturalmente Colin havia se acomodado, com o bloco na mão e retirando a caneta do meio do cabelo. Limpa a garganta fazendo Colin dar um salto na cadeira.

  — O que deseja? — ela faz sua pergunta cotidiana. Os olhos de Colin estavam pousados sobre ela, divertidos.

  — Hum... — ele murmura. — Um expresso duplo, por favor.

Heloise anota em suas letras de garrancho propositalmente.

  — Mais alguma coisa... senhor? — ela pergunta. Colin sorri.

  — Pelo visto o atendimento aqui melhorou bastante. — ele comenta mais para si do que para Heloise. — E não. Por enquanto é só. 

Heloise dá as costas para ele com uma sobrancelha um tanto arqueada. Desde quando Colin iria ali?, ela chega ao balcão deixando o pedido embaixo de um porta-guardanapo para Alex pegar. Enquanto isso ela lançava alguns olhares de soslaio para Colin, até ser pega no ato em um momento e desviar o olhar bruscamente para o bloco de anotações.

Ela se pôs distraída sentada ao balcão esperando Alex com os pedidos restantes e nem se tocou de que pensara em Colin. De como nunca o havia visto ali antes, do seu perfume que, por Deus, estava na cabeça dela. Ele estava logo atrás dela e tudo o que podia fazer era pensar nele. Estúpida. Colin tinha um efeito tão inebriante sobre ela, mas a única coisa que conseguia deduzir sobre isso era que ele era tão inalcançável. Ou ela era inalcançável. Não conseguia se sentir tão desconfortável ao lado de alguém, como se sentia ao lado dele. E não era porque o detestava. Mas também não sabia dizer o que era exatamente. Se perguntara isso na noite da festa que ele dera na residência Campbell. Ao senti-lo tão próximo e radicalmente, bêbado.

Heloise havia se escorado no braço sobre a bancada e notara que em seu bloco acabara escrevendo várias vezes o nome de Colin. Ela rapidamente arranca a página olhando ao seu redor checando se ninguém vira seu pequeno ato infantil.

Alex aparece algum tempo depois com cinco pedidos restantes, praticamente empilhados na bandeja. Heloise o encara.

  — O que foi garota da máquina? — Alex pergunta com um meio sorriso.

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