Capítulo 62

255 21 0
                                    

    — COLIN!!! — ela grita.

Todos os três homens atracados para conseguir recuperar a arma, pararam. Colin arregalou os olhos e sentiu o corpo de Cosmo cair sobre ele.

A arma estava na mão de Brutus, que tentou fugir com o dinheiro. Ed saiu das sombras e correu atrás dele, Heloise permanecia imóvel com os olhos em Colin. Seus olhos já transbordavam as lágrimas sem controle em seu rosto.

Cosmo estava no colo de Colin, com uma mão sobre o peito. Aconteceu muito rápido, porém Heloise soube... Cosmo havia sido baleado no peito. E não Colin.

Ela consegue se locomover até os dois e se agacha ao lado de Colin. Ele chorava sobre o pai, lamentando. 

— Por que pai? — ele pergunta chorando. — Por que fez tudo isso?

Era a primeira vez que Heloise o via chorar. E mesmo que esse momento esteja sendo difícil para ele, Heloise se sentiu um monstro por desejar secretamente que Cosmo estivesse sofrendo.

Ele tosse algumas vezes e ainda com a mão no peito, encontra os olhos de Colin.

— Me perdoa filho... — diz quase sem ar. — Eu não pensei em você. Fiz tudo isso apenas porque pensei que poderia ter mais, sempre mais.

— A vida não é só dinheiro. Éramos uma família e você... — Colin se detém, as lágrimas rolam novamente dos seus olhos.

— Eu sou o culpado. Eu sei que fui o culpado por tudo. Pela morte de sua mãe, da mãe de Heloise e eu iria tentar contra a de Walter também... — ele diz fracamente. — Mereço isso. Eu mereço a morte, e estou ciente.

Heloise olhou para Cosmo, pela primeira vez naquela noite. E o homem que ela viu a algumas horas atrás que havia gritado com ela, agredido ela e que iria matá-la... desapareceu agora.

Cosmo estava vulnerável, sem forças e morrendo, como ele desejou que ela estivesse. Ele encontrou os olhos dela também.

— Heloise... — sussurra. — Eu amava sua mãe. A verdade é que tive medo de tudo o que houve entre nós e... — ele fez uma pausa sentindo dor.

— Pai para de falar. — pede Colin. — Estou ligando para a ambulância.

— Não. Eu tenho... — ele tosse e alguns respingos de sangue descem no canto de sua boca. — Eu amava Margot. Não mereço seu perdão e por isso não vou pedi-lo. Mas eu quero te pedir uma última coisa...

Heloise estava emocionada, não por ele, mas porque se lembrou de Margot e pensou se ela havia morrido da mesma maneira que Cosmo, implorando suas últimas palavras.

Ela acena lentamente.

— Cuida do meu filho! — ele diz lento. — Cuida dele como eu não soube cuidar...

— Pai... — Colin o chama baixinho sentindo o que estava por vir.

Cosmo da um suspiro.

— Eu te amo...

Cosmo morreu de olhos abertos, como se estivesse impressionado com algo. Heloise respeita o momento de dor que Colin deveria estar sentindo e permanece calada. Enquanto isso, ele chorava abraçado ao pai.

Era para acontecer, enfim. Cosmo estava pagando, para Heloise era até pouco, pelos crimes que ele havia feito. Mas ela faria o último desejo de Cosmo se realizar... Heloise cuidaria de Colin com todo o amor que ela sentia dentro de si.

Depois de algum tempo a polícia chega. Junto com eles também a ambulância. Isso fez Heloise se lembrar da noite em que Margot morrera, o pior dia de sua vida. Lembrou também que naquela noite estava com Colin, agora os papéis se invertiam... Mas ela não queria estar satisfeita com isso.

Ligados Por Uma Noite Onde histórias criam vida. Descubra agora