Capítulo 61

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     Heloise começa a abrir seus olhos lentamente. Uma dor pulsante toma conta de um lado de sua cabeça. Ela espreme os olhos e está em uma espécie de galpão. Ali deveria ser o posto de abastecimento desativado que Brutus disse para Colin e Cosmo.

Ela estava sentada em uma cadeira com suas mãos amarradas para trás e seus pés também estavam. Sentiu vontade de chorar pela milionésima vez naquela noite.

Já estava se considerando morta. Onde afinal tinha chegado com essa história de justiça. Um lunático por dinheiro, um assassino de aluguel, e Colin decidido a pagar a droga do resgate.

E a este ponto ela nem sequer sabia onde Sherman e seus amigos haviam se metido. Provavelmente quando eles ativaram a escuta, Sherman deve ter percebido que algo estava errado porém até agora ninguém apareceu.

Brutus estava distante de Heloise, com um celular no ouvido. Deveria estar negociando com Colin, e parecia irritado com algo. Ainda com a arma na cintura.

Ele termina a ligação e olha para Heloise. Logo vem andando até ela com uma expressão provocativa.

— Então a bela adormecida acordou? — ele se aproxima mais e estica sua mão para acariciar o rosto de Heloise. Ela se esquiva.

— Não toca em mim! — ela diz irritada.

— Você não está em condições de exigir nada. — ele rebate. — Se lembre que se isso der errado você irá... — ele sorri. — Já sabe do fim.

Heloise sente a garganta começar a se fechar.

— O-onde... está o Colin? — pergunta preocupada. Não queria que nada acontecesse a ele.

— Aquele idiota está a caminho. Já se passaram meia hora. Estou começando a ficar impaciente. — Brutus se afasta chutando uma bomba.

— Ele não vai te dar nada. — Heloise se atreve a dizer.

— Então você vai morrer.

— Não ligo.

— É melhor calar essa boca. Senão eu mesmo vou aí calar pra você.

De medo pelo jeito como ele havia dito, Heloise engole seco e não diz mais nada. Apenas reza baixinho para que ninguém se ferisse por ela no fim disso tudo. Ela preferia morrer a ver Colin ou um de seus amigos nessa situação.

O tempo foi passando e no rosto de Brutus estava estampado a impaciência. Já irritado ele começa a carregar a arma e atirar por alguns lados. Heloise se assustava com todos os disparos que a arma dera e ele só para quando recebe mais outra ligação.

— Onde você está desgraçado? — atende bravo. — Escuta não me interessa que a esta hora da noite fique difícil fazer um saque de uma quantia tão alta... Se virem!... Moleque eu não estou brincando. Estou com a arma carregada aqui, se demorarem mais... Eu estou calmo cara! Calmo até demais... Mais dez minutos pra vocês!

Depois de desligar ele anda até uma cabine logo ao lado das bombas de abastecimento. Heloise se remexe na cadeira e sente um desconforto na cintura. Não sabia o que a incomodava tanto...

Repentinamente ela ouve um "psiu" e caça de onde está vindo aquilo. Olha para um lado e para o outro mas não vê nada.

— Aqui Heloise! — cochicha alguém.

Então Heloise vê. Atrás de uma pilha de tubos e canos, ela avista Ed. Seu rosto se ilumina ao vê-lo.

— O que está fazendo aqui? — ela devolve no mesmo tom, o olhando intrigada.

Ele continua no mesmo lugar e apenas com um pedaço da cabeça para que Heloise pudesse vê-lo.

— Não quer um resgate? — pergunta.

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