Capítulo 45

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    Quando abrira os olhos, Heloise estava novamente no quarto de Colin. Achara estar em uma espécie de sonho ou pesadelo, comparado que se estava na casa de Colin estava na casa de Cosmo também.

Mas tenta levantar-se e sente um dos braços imobilizados por uma tipóia, e uma dor excruciante atrás da cabeça. Faz cara de dor ao se pôr sentada na cama.

  — Como eu vim parar aqui? — resmunga para si.

Não conseguia se lembrar de nada que houve. Só de estar distraída na bicicleta e em seguida caída no asfalto com dores.

Retirara os lençóis encima dela e notara que estava com seu macacãozinho jeans desabotoado. Assustara-se com isso e pulou da cama. Péssima ideia. O corpo de Heloise estrala pela dor e ela geme um tanto indiscretamente. Queria sair dali.

Procurou suas sapatilhas entrevada como uma idosa e as calçou. Então andou com certa dificuldade até a porta do quarto e a abriu vagarosamente. O braço direito imobilizado e com uma pontada de dor. Parecia ter o dom de se machucar, pensa Heloise sentindo dificuldade em tentar locomover o membro.

Fecha a pesada porta do quarto familiar de Colin atrás de si, e não vê sinal de alguma alma no corredor. Heloise checa de um lado a outro e suspira. Até mesmo esse movimento lhe causa dor, como se estivesse recebendo algumas agulhadas no peito. Estremece.

Ela continua a caminhar silenciosamente pelo corredor. Não saberia identificar se Colin estava ali, ou até mesmo Audrey, mas não seria nada bom se ela topasse de cara com Cosmo. Não poderia topar com Cosmo.

Um dos funcionários da casa, era o que parecia pelas roupas, vê Heloise andando um tanto curvada pela dor e a repreende.

  — Moça, o que está fazendo? — a mulher pergunta assustando Heloise.

Ela leva a mão ao peito e a pontada aumenta dois por cento.

  — Acho que andando, não? — Heloise responde desaforada.

  — Não pode!

Heloise franze a testa.

  — E por que não? Posso saber?

  — Tem que ficar de repouso.

  — Não tenho não. — ela solta.

  — Tem sim! — a mulher rebate.

  — Não!

A mulher põe suas mãos nos quadris.

  — O médico receitou repouso senhorita. — ela avisa Heloise. — E o senhor Campbell nos deu ordens claras para não deixá-la sair até ele voltar.

A dor no peito de Heloise se intensifica ao ouvir isso. Certamente não queria que esse pedido fosse de Cosmo.

  — Eu não posso ficar aqui! — anuncia ela.

  — Mas vai. — a mulher se aproxima de Heloise. — Precisa voltar para o quarto e repousar por algumas horas.

  — Eu tenho uma casa, sabia? — ela rebate. — Não posso ficar aqui.

  — Claro que pode. Já que Colin a atropelou nada mais justo que ele a ajude.

  — O quê? — Heloise arregala os olhos. — Colin me... me... atropelou?

A mulher toca em seu braço esquerdo gentilmente, a estabilizando. Em seguida parece conduzir Heloise novamente para o quarto.

  — Não foi proposital, claro. — responde. — Você estava distraída e quando ele se deu conta... Você já estava no chão.

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