Unidos pela Lua

. Dream .

4 dias antes...

Não conseguia tirar os olhos verdes da minha cabeça, e o pior, não tínhamos trocado uma só palavra.
Ele passou o tempo todo me olhando como se esperasse algum tipo de reação...
Minha mãe trabalha o dia todo, então fico sozinha. Sem irmãos, sem bicho de estimação, só eu meu celular e os livros, não era amante deles mas os estudos era a única forma de garantir minha liberdade.
As 16:00 fui revisar matérias e acabei adormecendo.

Estava caindo, caindo em um buraco escuro e a única coisa que conseguia ver era a lua, era como se ela me protegesse. De repente atingi o chão, estava em uma floresta, uma neblina tampava todo o local, só conseguia enxergar o topo das árvores. Comecei a ouvir barulho de tiros, pessoas correndo, meu Deus, aonde eu estava?
Sabia que estava sonhando, mas algo me impedia de acordar. Senti uma forte dor no braço, fui atingida? Estava sangrando.
Tudo começou a ficar escuro, a última coisa que vi foi algo se aproximando, algo conhecido. O mar de olhos verdes...

Acordei em meu quarto, olhei no celular, 04:00 da manhã.
Minha mãe já deve ter chegado.

Ouvi barulhos lá embaixo, quando fui me levantar um susto: estava sangrando. Meu braço estava coberto por uma faixa e estava suja. Não acreditei no que vi, não saí da minha casa. Pareceu real mas não podia ser real.
Fui procurar minha mãe, a casa estava escura,o barulho estava alto. Parecia... Algo se quebrando?

Que merda é essa?

Quando cheguei na sala uma surpresa: Tudo revirado, e ele estava lá.

- Pensei que não iria acordar mais. - Falou analisando um livro que pegou da estante, continuou de costas pra mim, jogou o livro no chão, no meio de uma pilha de outros.

- O que você está fazendo na minha casa?

- Meio indiscreto falar isso para alguém que acabou de salvar sua vida, não acha?

- Espera, como você sabe sobre isso e o que você está fazendo na minha casa, como entrou aqui? Nem me conhece!

- Claro que conheço, você só não se lembra. - Dizia com convicção

- Minha memória é ótima posso dizer. E você saia daqui, ou irei chamar a polícia!

- Alice, me escuta! - Disse se aproximando.

- Como você sabe meu nome? Nunca conversamos!

Ele agia como se tudo fosse simples, como se fosse fácil. Ele sabia o que estava fazendo...

- Olha, em breve você se lembrará. E nesse dia, você vai me entender.

Me virei de costas para pegar o telefone.

- Alô, polícia? Tem um garoto na minha casa e...

Quando me virei
Ele não estava mais lá.

Fiquei desnorteada, a mulher gritando no telefone e eu totalmente paralisada. Como uma pessoa some em 30 segundos?
Acabou a boa primeira impressão, estou com medo. Me desculpei com a moça logo depois de levar uma bronca, achou que era algum tipo de trote...
Queria ligar pra minha mãe, queria ligar pro hospital, queria ligar pra Gaby, queria sumir... Como isso aconteceu? Um sonho que não é um sonho?
Falando na minha mãe, cadê ela? Meu braço não parava de sangrar, o tal "sonho" não saia da minha mente. Para onde ele foi?

O celular da minha mãe só dava desligado, ela não costuma chegar tão tarde, deve ter acontecido alguma coisa...
Resolvi ligar a televisão, coloquei em um noticiário local, exatamente na hora estava começando um plantão :

"Notícias de última hora, a polícia fez várias buscas na floresta durante essa noite, dizem que tem um assassino a solta, foram disparados vários tiros, uma mulher foi atingida mas correu, especialistas ainda estão procurando por ela mata a dentro. No meio da floresta encontraram um corpo mutilado, estava irreconhecível mas surpreendentemente os documentos e o dinheiro na carteira não foram levados, nenhum pertence da vítima parecia ter importância para o assassino.
Regina Albuquerque de 45 anos foi morta e seu corpo foi cortado em vários pedaços, a polícia acredita que a pessoa que fez isso queria ser notada, o crime era premeditado. Não existem suspeitos ainda mas a investigação continua.
Boa noite."

Não acreditei no que meus olhos viram, minha mãe estava morta.

Leonardo matou ela.