Unidos pela Lua

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- Eu já não tinha me livrado de você? - Félix gritou enquanto descia do palco.

Uma grande confusão se formou, pessoas passavam trombando em mim correndo mas nada parecia me trazer para a realidade, eu não conseguia acreditar, finalmente esse inferno iria acabar.

Vi um homem alto vindo em minha direção, Félix. E ele não estava sozinho, Dove estava com ele.

- Alice! - Uma voz de mulher me gritava mas eu não conseguia identificar. - Alice olha pra mim, você precisa correr! - Me virei procurando a voz e vi Ester, a brasileira, do outro lado do corredor.

Saí correndo na direção dela e quando olhei pra trás, Leonardo não estava mais no palco. Tinha se teletransportado e me deixado outra vez? Eu não conseguia acreditar.

Ester pegou em minhas mãos e saiu correndo.

- Temos que aproveitar essa bagunça, buscar Emma e sairmos daqui, essa é a nossa única chance! - A mulata gritava sem parar de correr e só agora tinha me dado conta de que ela estava indo em direção aos dormitórios, paramos na porta do nosso e a visão que Ester viu fez a mesma gritar e cair de joelhos.

- O que aconteceu? - Me perguntou trêmula indo em direção a Emma e a enorme poça de sangue que tinha se formado ao seu redor, ainda não tinham se livrado do corpo.

- Eu sinto muito. - Disse chorando tentando conforta-lá. Ester recuou.

- Não encosta em mim! - Abraçou Emma chorando em gritos.

Uma alta sirene tinha começado a ecoar.

- Félix acionou o alarme de segurança. - Falou sem olhar pra mim.

- E agora, o que a gente faz? - Perguntei indo até a porta para ver se via alguém.

- Esse alarme aciona portas de ferro em todas as saídas, só da pra sair por um lugar agora.

- E qual seria? - Perguntei com medo.

- No escritório do Félix. - Me respondeu se levantando coberta por sangue.

Senti meu coração palpitar mais rápido, adrenalina.

- Temos que ir. - Como se nada tivesse acontecido, ela se levantou e foi em direção a saida dos dormitórios, fui logo atrás.

Um homem desconhecido fazia um pronunciamento no microfone.

- Peço que todos se acalmem, isso é para a nossa própria segurança! - As pessoas continuavam correndo e gritando.

- Vamos, tem que ser agora. - Pegou em minha mão. - Tudo que eu fizer você faz, entendeu? - Me perguntou.

- Entendi.

Ela se agachou e passamos por entre pessoas correndo as vezes éramos pisadas por mulheres desesperadas, atrás do grande palco havia uma pequena sala escondida, esse era o escritório de Félix.

Ester parou.

- Tá vendo aquela sala? Entre e a primeira porta a direita é o escritório de Félix, por trás de um grande cofre existe uma passagem secreta, por onde ele foje de cobranças e de máfias inimigas. Vá, preciso buscar minha irmã.

- Você não pode ficar! - Disse sem soltar as mãos de Ester.

- Vou te alcançar, prometo! - Disse me dando um abraço.

Me virei e saí correndo em direção a porta, quando entrei ouvi a mesma bater com força e uma chave indicando que estava sendo trancada.

Bati minhas mãos várias vezes na porta

- Ei, Socorro! Ester! - Gritei, ouvi uma gargalhada de mulher e uma resposta em seguida.

- Você vai ter uma morte muito pior do que proporcionou para Emma. - Ela me respondeu, ouvi um fósforo sendo riscado e logo depois um cheiro de fumaça e passos de uma pessoa correndo. A vadia tinha me deixado para morrer.

- Desgraçada! - Gritei com ódio, se eu conseguisse sair daqui, ela seria a primeira pessoa que eu iria acabar com a raça.

Me virei de costas para a porta e vi rastros de sangue por todo o corredor, nas paredes e no chão como se uma pessoa tivesse arrastado várias.

No final do corredor, havia uma sala aberta com a luz acesa. Não tinha outra escolha a não ser ir em direção a mesma e buscar a tal saída se é que ela realmente existia.

Temia em ir, mas morrer queimada não era uma opção. Fui dando passos lentos e quando cheguei na porta tive uma enorme surpresa

Leonardo estava sentado na mesa de Félix, seus olhos estavam pretos como a noite, as mãos repletas de sangue, ele aparentava até estar mais jovem. A cabeça de Félix estava em cima da mesa e o corpo no chão envolto por uma enorme poça de sangue.

Leonardo se levantou, seus olhos não mudaram a cor e eu com certeza o temia dessa maneira.

- Bem-vinda ao novo início.