Unidos pela Lua

Whats your power?

Comecei a me aproximar lentamente, ele não se movia, seus olhos estavam intactos parados em mim, passava a língua em torno do focinho limpando o sangue que escorria de sua mandíbula. Eu não tinha medo, não tinha porque teme-lo, ele era o meu anjo.

- Suba nas minhas costas. - Ouvi a voz grave dizer mas ele nem se quer tinha aberto a boca, era real essa história de conexão.

- O que é isso que nós temos? - Perguntei o rodeando. Era incrível o ver dessa forma. - O que aconteceu com você, pra onde quer me levar?

- Também não sei, só sei que o que eu sinto é forte, como se um turbilhão de sensações estivessem em mim, sinto que tenho que tirar você daqui.

- E porque não me mata? - Perguntei parando em sua frente, seus olhos verdes eram os mesmos quando ele estava em sua forma humana, o mar de olhos verdes que eu adorava me afogar.

Não tinha medo de morrer por ele, não podia ser ele a causar isso, não consegueria, me pertencia da mesma forma que eu o pertencia. Tinha que ser...

- Não consigo. - Abaixou a cabeça. - Não que eu não queira, meu maior desejo é te ver agonizar em minhas mãos, mas por algum motivo mais forte eu não consigo.

- Te digo, eu sou a sua energia. Sou tudo que você mais ama, sou a razão pela qual você vive. - Tinha que aproveitar as chances que o universo me dava e usá-las ao meu favor. - Não pode deixar que ele faça isso com nós dois, eu te amo tanto. - Não me aguentei mais, as odiadas e conhecidas lágrimas rolavam novamente em minha face, fechei meus olhos e sem pensar encostei a mão no enorme lobo branco em minha frente.

Senti os batimentos do meu coração sincronizarem com os batimentos de Leonardo. Ouvia cada batida em câmera lenta e aos poucos ele foi voltando a sua forma normal, caiu de joelhos no chão, nu. Seu enorme cabelo estava grudado na testa suada, possuía arranhões pelo corpo, me ajoelhei ao seu lado.

Ele não disse nenhuma palavra, não precisou dizer. Olhou nos meus olhos, sabia o que isso significava.

- Que cena mais patética. - A voz temida e conhecida nos disse em meio  aos corpos decapitados na mansão, Lúcifer.

Em um gesto rápido, Leonardo segurou em minhas mãos e pronunciou palavras que odiava não entender, mal tive tempo de raciocinar.

Et sanguis meus est cor tuum praesidium*

Senti algo me puxando como se fosse um buraco negro. Um impacto muito forte me causou escoriações leves ao cair no chão, novamente estava em uma floresta sem ter a mínima ideia de qual local do planeta era.

Leonardo tinha me levado para longe de Lúcifer e só queria poder salvá-lo, definitivamente eu precisava aprender latim.

👽 Mamãe voltou ♡

*Sangue do meu coração a proteção é tua