Unidos pela Lua

Baby

POV ALICE

24 dias trancafiada nessa merda sem notícias de Leonardo, sem ver a luz do Sol. Minha vida tem sido escuridão, escura como a alma do ser que me mantém aqui. As horas parecem eternidades sem Leonardo ao meu lado, eu mataria para sentir o seu perfume e ouvir sua voz outra vez, tudo o que eu queria era que ele chegasse e acabasse logo com isso, eu precisava do meu anjo da guarda.

Lúcifer tinha proibido que me dessem qualquer tipo de alimento e água, até que em uma situação desagradável algo nos surpreendeu, algo que está me mantendo viva, eu não estava sozinha.

18 dias antes

Lúcifer planejava me matar, ele me dizia isso todas as vezes que entrava na porcaria dessa sala, eu até agradecia pois eram as únicas vezes em que eu via qualquer tipo de luz naquele lugar, eu só não sabia porque ele não acabava logo com isso...

- Dê um pedaço de pão e água a ela Marcos. - Ouvi a voz de Lúcifer dizer atrás da porta.

Em poucos segundos um homem entrou na sala me dando um pedaço de pão velho e meio copo de água. Meu corpo fraco mal conseguia se erguer do chão frio, toda e qualquer parte do meu corpo doía, nunca tinha dado importância a fome e sede até realmente senti-las, os machucados já infeccionados doíam, outros já estavam cicatrizando, o que me surpreendia pela rapidez. Marcos não demorou muito em me entregar e sair, trancando a porta logo em seguida, o barulho do cadeado sendo fechado era angustiante. Peguei aquele pedaço de pão como se fosse uma preciosidade, devorando-o logo em seguida.

- Senhor, ela não vai durar muito. - Ouvi Marcos dizer enquanto tomava a água devagar para apreciar cada momento, já que não saberia quando seria a próxima "refeição".

- Só precisamos dela por mais algumas horas.

A frase "eu nunca senti tanto medo na minha vida" era a que eu mais usava nos últimos dias.

A casa seguiu silenciosa ao decorrer do dia, ou noite já que eu havia perdido a noção do tempo. Comecei a ouvir passos e uma voz de mulher, não era conhecida, a porta foi aberta me dando a visão de Lúcifer e uma ruiva bastante estranha, cada parte do seu corpo parecia ser coberto por tatuagens.

- Não vamos precisar prendê-la, está fraca demais. - Lúcifer falou.

- Ótimo, facilita mais meu trabalho. - A ruiva respondeu se aproximando de mim.

- O que estão fazendo? - Minha voz saiu baixa mas não era a minha intenção, tentei me levantar mas minhas pernas tremeram por falta de força me fazendo cair sentada no chão, Lúcifer gargalhava.

- Não se humilhe tanto - Me disse sorrindo.

- Eu vou matar você! - A minha tentativa de gritar fez meus pulmões arderem e uma tosse incessante começar.

- Temos que começar logo, ela não vai aguentar muito tempo, parece estar com pneumonia. - A ruiva, a qual não sabia o nome, falou abrindo uma espécie de bolsa.

Comecei a chorar, minha morte se aproximava.

- Então ande depressa Bárbara, você disse que é capaz de fazer esse feitiço!

Então ela era uma bruxa...

- Ser do lado das trevas tem suas vantagens Lúcifer, eu sirvo a você, temos um pacto, eu sou a melhor, sabe disso.

Ela fez um círculo no chão, mulheres parecidas com ela entraram na sala vestindo roupas pretas. Lúcifer caminhou em direção ao círculo, parou ao seu lado e olhou pra mim.

- Em alguns minutos, toda a sua força e poder vão ser meus e ninguém vai lembrar da sua existência! Nem o imbecil do Leonardo vai lembrar de vocé, será um peso a menos na vida dele. - Se virou sorrindo entrando dentro do círculo, as bruxas fizeram outro círculo em volta do que ele estava dando as mãos dizendo umas palavras, as quais eu não entendia, fazendo todas criarem uma áurea preta ao seu redor.

Lágrimas saíam dos meus olhos sem parar, eu sentia todas as fracas batidas do meu coração como se eu contasse sabendo que eram as últimas.

Pelo o que me parecia, havia um tipo de magia do mal que até Lúcifer desconhecia.
Bárbara estava fazendo outro círculo próximo a mim, veio na minha direção na intenção de me colocar dentro dele.

- Vai ser mais rápido pra você se colaborar. - Falou enquanto ainda se aproximava e eu miseravelmente tentava me afastar.

- Por favor, não faça isso comigo. - As lágrimas molhavam todo o meu rosto, a minha dignidade estava acabada.

Bárbara não disse nada, apenas veio em minha direção agarrando em meu braço, mas algo me surpreendeu quando percebi que ela se manteve intacta ao me tocar, era como se ela fosse uma estátua.
Após alguns segundos, ela pareceu retomar a consciência e uma única palavra saiu de seus lábios devagar como se ela falasse uma letra de cada vez

- Grávida.

👽 Alice é mais lascada que eu minha gente