38. Dad.

41 4 0
                                    

Este capítulo será uma excepção, os restantes terão apenas a visão do Zayn e o seu ponto de vista. Acho que seria interessante ter o testemunho da nossa Aimee aqui presente, mais tarde perceberão o porquê. Tenham uma boa leitura e espero que gostem! Desculpem mais uma vez a demora.

Bato com a porta de entrada com mais força do que esperado, o que denota claramente o meu estado de ansiedade. Numa outra hora, não estaria aqui a minha mãe para me receber, nem uma Aimee durona com um coração de manteiga.

- O que é que se passa contigo, Zayn? - A minha mãe declara. O seu olhar parece estar mais sério que o costume, demonstrando o desagrado em ver-me num estado que eu, pessoalmente, também detesto. Aquele homem consegue colocar-me assim.

- O que é que se passa? Não é preciso pensar muito para perceber o porquê de eu estar chateado? Estou farto que aquele homem tente chamar à atenção junto da nossa casa! Sou sempre eu o mau da fita. - Grunhi. O meu punho está serrado e bate contra o tampo da mesa da sala.

- Ele não está chateado apenas pelo facto do pai estar sentado nas escadas, embrulhado em mantas e a morrer de frio e fome. - Aimee entoa bem cada palavra que diz, relembrando-me sempre do seu espírito inocente. - Está assim porque chamei-lhe à atenção e o seu filho não permite que o faça.

- Aimee... - Ainda tento falar mas sou rapidamente interrompido.

- Aimee nada. Não consegues perceber que a pessoa que está lá fora não deixa de ser o teu pai? Onde está a tua humanidade, Zayn? - Ela está chateada. Muito até. Gostava que Aimee conseguisse perceber o meu lado mas ao que parece essa tarefa é impensável.

- Filho, a Aimee tem toda a razão em ter-te chamado à atenção. Esta situação deve-se apenas à relação entre o pai e eu. Sou eu quem tenho de resolver a situação. - Não quero que a minha mãe fique desiludida comigo, contudo, a cada dia que passa parece que o seu coração mole e todos os momentos que teve com aquele homem, estão a vir ao de cima e a pesar-lhe bastante na alma.

- Não vamos começar novamente. Eu quero ficar sozinho. - Digo notoriamente magoado com as suas palavras. Não sou um menino mimado mas sei ficar chateado quando não gosto de ouvir algumas verdades. Essas verdades podem ser duras e cruas mas jamais inesquecíveis. O passado continua lá sempre, não há maneira de enterrá-lo por mais que queiramos.

Saio da sala, abandonando tanto a minha mãe como a minha namorada. Ambas ficaram perplexas com a minha atitude mas também deixaram-se ficar no seu canto. Tanto uma como a outra sabem que preciso de estar sozinho para pensar nas minhas atitudes anteriores. Deito-me sob a cama, fi-la rapidamente esta manhã antes de ir para o trabalho, o que é raro, e descalço-me, permitindo o meu corpo estar mais disperso e calmo. A luz continua apagada e os meus olhos fecham-se um pouco, não porque estou cansado mas sim porque preciso de desanuviar a minha cabeça.

Estou cansado de ouvir sempre as mesmas palavras. É inacreditável permitir que a minha mãe e namorada se juntem contra mim relativamente ao assunto do meu pai. Eu tenho todo o direito em não querer aceitá-lo de fora e dificilmente mudarei de opinião. Aimee ficou claramente triste com a minha atitude, ela simplesmente não consegue ver alguém perdido, a sofrer, a perder as estribeiras. No entanto, ela não consegue levar ao de cima toda a maldade que o homem proporcionou à minha família. Eu não estou cego de raiva, estou cego de razão, de segurança, de não querer ser novamente atraiçoado.

{Aimee}

Estou sozinha com a mãe do meu namorado na cozinha. Não sei o que fazer para a refeição, não sei onde estão os utensílios, não tenho o apoio de Zayn aqui se quer. No lugar dele está uma senhora de cadeira de rodas enquanto me encara sorridente. Já falei muito com Patrícia, todavia, a insegurança de ela não me achar uma boa pretende para o seu filho, corrói-me o coração.

Challenge {z.m}Onde histórias criam vida. Descubra agora