25. The Day.

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{Aimee On}

Eu não me sinto, de todo, chateada com Zayn. Sinto-me num mundo à parte, onde me sinto confusa com todos os meus pensamentos e sentimentos que me passam pela mente em relação a ele. É confuso para mim não saber lidar com uma situação que, caso estivesse de fora, intitularia como um acontecimento normal. É a lei da vida. Há amores e desamores. No entanto, eu considero dois erros que se haviam sucedido. Eu não posso se quer pensar na ideia de começar a nutrir sentimentos em relação ao rapaz moreno quando, no fundo, ele se sente tão ou mais perdido que eu mesma.

Os meus olhos continuam vidrados num novo programa que passava na televisão. Apesar de ter acontecido o nosso segundo beijo, mantinha-me junto de Zayn, no mesmo sofá, também ladeada pela pequena Safaa. Parecia ouvir o tic-tac do relógio cada vez mais rápido e constante e até o meu nervosismo estava a sobrepor-se na minha pele, sendo este evidente. Ser forte a dobrar, não é uma coisa fácil. Sinto o braço de Zayn a posicionar-se na base do sofá, atrás dos meus ombros, levando-me a ajeitar no sofá, deixando o meu tronco escorregar para cima do seu peitoral. A sua mão raspou na pele do meu braço, fazendo-me arrepiar com cada toque dos seus dedos ásperos.

- Desculpa. Eu fui um idiota contigo. – Zayn murmurou.

- Já falámos tudo em relação a esse assunto. Não vamos alimentar algo que, como vês, não tem explicação! – Pedi. – Aconteceu e pronto. Se aconteceu, é porque tinha de acontecer. Não te martirizes. Apenas não insistas mais, pode ser? – Eu quero mesmo muito esquecer o que se passou anteriormente e focar-me apenas e somente na nossa saudável amizade. Eu sei que essa é, sem dúvida alguma, forte e incapaz de ser derrubada. Todavia, não é fácil. Não é fácil quando se tem o rapaz de quem gostamos, ao nosso lado, e ainda por cima a acalmar-nos. Uma coisa é certa, eu admiti o meu sentimento a mim mesma.

- Aimee, eu sei que pode ser difícil, mas eu sinto-me confuso. E eu sei que não tenho o direito de te magoar desta maneira. - Zayn continua a sussurrar para que as suas irmãs não pudessem se quer sonhar com a conversa que está a acontecer, visto que elas são apologistas de que há algo mais entre nós. - Sinto-me cobarde. Eu só queria que isto não estivesse a acontecer, eu lamento imenso. Eu estou...

O toque na porta que todos desejávamos que não acontecesse, acabou por eclodir junto das paredes altas e brancas do meu pequeno e acolhedor apartamento, acabando por interromper a nossa conversa que, parecia ficar constrangedora a cada palavra que era proferida por cada um de nós. Levantei o meu tronco de rompante do peito de Zayn e encarei-o tristonha, uma vez que o seu rosto já revelava a sua aflição relativamente à assistente social Grace. A olho nu, conseguia ainda notar os últimos dez por cento de esperança de que a senhora trintona fosse aceitar a proposta de que as meninas pudessem permanecer aqui em casa mas com devida precaução e avaliação todas as semanas. Ou todos os dias, se assim preferissem. Segurei a mão do rapaz moreno, entrelaçando os nossos dedos agilmente, notando o seu mordiscar no lábio inferior. Ele estava claramente desfeito. Beijei o topo da sua mão e esbocei um pequeno sorriso.

- Sabias que este momento iria chegar, mais tarde ou mais cedo. Não te esqueças que estou aqui para ti e para as tuas pequeninas, sempre que precisares. – Dei a minha última força antes de me levantar do sofá confortável, juntamente com Zayn.

Zayn ainda não havia largado a minha mão, por um segundo. Conseguia sentir cada energia negativa que o rapaz alto transmitia para si mesmo. Conseguia escutar o som do seu coração a bater tão aceleradamente. Conseguia sentir os seus tremelicos junto da minha pele. Conseguia ver a escuridão que trespassava a alma do rapaz por quem nutro certos sentimentos, até então incompreendidos por mim. Depois de algum tempo, tomei a liberdade de abrir a porta de madeira e dar entrada à nossa visitante, que se intitulava como assistente Grace. Esta era uma jovem alta mulher, com cabelos loiros curtos, extremamente ondulados, revestida por um fato totalmente preto, uma camisa branca com folhos e um lenço de cor carmim, que acabava por completar o seu visual. Os seus sapatos de salto alto, colocavam-na ainda mais alta do que já é naturalmente. O seu rosto era pesado devido ao excesso de quantidade de maquilhagem que deposita diariamente, pelo que era entendido de momento, e os múltiplos acessórios que estavam espalhados pelos seus pulsos e antebraços, pelo seu pescoço e orelhas, que entretanto eram visíveis devido ao apanhado do cabelo. Era uma mulher bonita até. Mas esse assunto nem deve ser para aqui chamado quando no fundo, o que interessa é a situação da família que tenho a residir na minha casa.

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