Challenge {z.m}

10. Her number.

ZAYN ON

Apesar de estar visivelmente cansado e de precisar de cair urgentemente numa cama e aproveitar de um bom serão de sono, acabo por estar demasiado bem-disposto. Nada hoje me havia deixado descontente, muito pelo contrário. Nenhuma das minhas irmãs entrou em despique comigo logo de manhã, e mesmo que Aimee tenha sido comigo um pouco rude de manhã, a fera acalmou depressa. Ela é atenciosa e boazinha demais para conseguir ser tão desagradável, seja com quem for. Aprendi a lidar com ela e com o seu feitio em poucos dias.

Olho o meu telemóvel e vejo as horas, podendo ter a certeza que faltava pouco tempo para Whaliyha e Safaa saírem das suas respetivas salas de aula. Vou contar-lhes hoje a novidade e pode ser que fiquem mais bem-dispostas. Crianças começavam por correr desorientadas pelas escadas, correndo o risco de caírem e magoarem-se a sério, contudo nada de mal havia acontecido. As minhas irmãs saíram – tarde -, como sempre, deixando-me plantando à frente da escola minutos desnecessários.

"Como é que correu a escola?" Questiono, recebendo um pequeno beijo de cada uma nas minhas bochechas. Preciso de uma nota mental que amanhã de manhã tenho de arranjar algum tempo para desfazer a minha barba rija.

"Foi muito divertido! Estamos a preparar coisas para a nova época festiva!" A mais pequena comunica comigo, como sempre, deixando-me contente ao poder presenciar o seu mais eterno sorriso. "Vamos fazer, tipo, sei lá, ohm... Um conto?"

"Yap, é mais ou menos isso. Vai ser uma seca." E eu a pensar que já estava habituado, todavia, e a cada dia que passa, apercebo-me que a minha irmã do meio está a crescer demasiado rápido. É normal na sua pré adolescência já não querer dar grande importância a estas mínimas coisas. Eu passei por esse momento e é por isso que não a julgo.

"Também vais ter de participar Whali?" Questiono enquanto pego na mala pesada da minha irmã mais nova, colocando-a nas minhas costas. São novos, com tão poucas disciplinas e ainda assim têm um peso horrível sob a coluna. Na minha altura e não que eu seja assim muito velho, não era nada disto, apenas necessitávamos de um estojo com os materiais básicos de escrita e um caderno pautado amarelo.

"Os professores meio que querem juntar a escola toda e não entendem que há fases e fases para acreditar no Pai Natal." Não consegui evitar e apenas desbrochei-me numa gargalhada sentida, rindo-me com fé da forma como havia pronunciado com sarcasmo absoluto tamanha frase.

"Vais ver que vai ser divertido e eu vou estar lá para assistir." Sorrio novamente. "Adiante, tenho uma proposta tentadora para vocês."

"O que é? Não me digas que finalmente vamos puder ir ver a mãe?"

"Fixe! Eu tenho tantas coisas para lhe contar, aposto que vai ficar melhor."

Ambas respondem, uma à outra indiretamente, deixando-me escapar o sorriso que se havia formado anteriormente. Eu tenho mesmo imensa pena que as suas próprias filhas não possam ir visitar a mãe e dar-lhes um pouco de força, contudo, são as regras estabelecidas por todos os regulamentos dos hospitais e eu não posso, simplesmente, romper as mesmas. É certo que sou contra isso, todavia, ver o estado triste com que elas iriam sair de lá também não estava nos meus planos. Suspiro em derrota e olho o meu relógio de pulso por alguns segundos. Precisamos rapidamente de chegar a casa.

"Infelizmente não mas ainda não desisti, a nossa mãe é forte e vai conseguir. Não tarda nada está aí a mandar-nos arrumar o quarto todos os dias." Ajeitei a mala cor-de-rosa da mais recente cantora espanhola ou lá o que ela é, de uma série juvenil, e olhei para ambas as meninas. "Tenho a certeza que também vão gostar desta versão. Chama-se Aimee...."

"Estiveste com ela hoje? Isso quer dizer que vocês fizeram as pazes?" Safaa olha para mim, parando no meio do caminho. Estamos relativamente perto do bairro obscuro onde residimos e, dentro de alguns minutos podemos estar, consideravelmente, dentro do quente do nosso confortável e estimável apartamento.