2 [De volta à maleta]

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Queenie abriu a porta do apartamento, as duas irmãs tiraram os casacos sendo envolvidas pela atmosfera aquecida do cômodo. Com movimento de varinhas, pratos e talheres flutuaram pela cozinha até pousarem na mesa.

Tina olhou para a maleta de couro que estava perto da poltrona. Um pouco hesitante deu duas batidas nela e se afastou, instantes depois o magizoologista apareceu. Foi inevitável tentar forçar o coração a voltar ao ritmo costumeiro.

Queenie, pousando a varinha em cima da mesa, deu um sorriso.

— Venha se juntar a nós, Newt! — convidou.

— Eu... — Newt pensava em recusar, imaginado que estaria abusando demais da hospitalidade das Goldstein, mas não conseguiu tal coisa quando viu a morena acenando com a cabeça. — Adoraria.

Eles se sentaram a mesa e Newt avaliou as travessas a sua frente. Havia purê de batatas, tigela com de ervilhas, frango banhado ao molho — que não conseguiu identificar, mas tinha um gosto ótimo — e de sobremesa havia um bolo decorado com pedaços de morango de aparência realmente apetitosa.

— Temos sempre que agradar os convidados. — disse Queenie.

Newt limitou-se a soltar um "oh" com a boca um tanto cheia de comida, costumava evitar carne, mas tudo aquilo tinha uma aparência tão boa e um cheiro melhor ainda que não teve como recusar.

— Teenie, é impossível eu não ler os pensamentos dele, ainda mais agora que ele está melhor familiarizado conosco. — Queenie ouviu os pensamentos da irmã, que torceu o nariz e limitou-se a por mais comida na boca invés de respomder o quanto aquilo era invasivo. — Desculpe _ dirigiu-se ao Scamander- , mas seus pensamentos gritam como os de Tina quando ela está confusa ou irritada. E obrigada pelo elogio à comida, fico contente que tenha gostado.

Newt mais uma vez não soube como responder, felizmente foi salvo por Tina:

— Newt quer levar nos para visitar a maleta. — comentou. — Há um filhote de unicórnio.

Newt podia jurar que os olhos de Queenie brilharam mais que os letreiros que haviam em alguns prédios, ela bateu palmas animada e cortou um pedaço de bolo para si com um sorriso radiante. Assim que ele acabou com o jantar esperou que Tina terminasse o dela, a loira já estava de pé e tinha um grande sorriso estampado no rosto.

Tina não sabia dizer se o sorriso no rosto da irmã era pelo unicórnio ou pelo fato de ter lido sua mente. Ela empurrou o prato indicando que havia finalizado.

— Vamos? — perguntou Newt.

Queenie assentia animadamente enquanto Newt entrava na maleta, as Goldstein foram logo em seguida. Sentaram no banco de madeira, esperando que o britânico pegasse as rações para os animais.

— Oh, não! — exclamou Queenie dando um leve tapa na própria testa. — Não vou poder ficar com vocês hoje.

Tina arqueou as sobrancelhas. "Está mesmo tentando enganar uma Auror” pensou ela, tendo certeza que a loira estaria lendo seus pensamentos.

— Tenho que encontrar Jacob. — Queenie deu um sorriso um debochado aos pensamentos da morena.

Não havia nenhum encontro, e Tina sabia disso, mas era o suficiente para Newt acreditar nas palavras de Queenie, levando em conta as cartas em que Tina informou que Queenie começava a encontrar-se com Jacob fora da padaria e como aquilo a deixava apreensiva.

— Tenho certeza que poderei vê-lo outro dia. — disse a loira em relação ao unicórnio. — Creio que Newt terá uma estadia mais longa dessa vez.

Queenie, antes de levantar, falou num tom baixo de modo que apenas a irmã ouviria.

— Ele tem muita coisa para falar. Vocês nunca ficam sem assunto nas cartas, não deveriam estar tão calados. — apontou ela. — Se solte Tina, não precisa ser tão fechada o tempo todo.

Como prometi, voltei [Newtina]Onde histórias criam vida. Descubra agora