3 [Francis]

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Newt ouviu um tintilhar vindo de algum lugar. Abriu os olhos lentamente, virou e afundou parcialmente o rosto no travesseiro. Com um único olho aberto pode ver um borrão escuro e pequeno perto das dezenas de gavetas que tinham no cômodo, o bruxo tentou focar a visão e ficou alguns segundos sem reação alguma, culpa da sonolência que ainda se hospedava nele.

— Pelúcio! — Newt levantou-se num pulo, porém sem muita agilidade e grogue de sono. — Não!

Tropeçou numa caixa que havia deixado ali na noite anterior e deu de cara com o chão. O pelúcio tentou se aproveitar do ocorrido para se esgueirar entre os móveis. Newt  foi mais rápido: derrubou com a mão um pote fazendo o animal cair do armário, agarrou ele antes que atingisse o chão.

— Hoje não! — Newt soltou um suspiro. — Você não consegue ficar sem confusão, não é mesmo?

O pelúcio piscou os dois olhos lentamente e olhou para os lados, como uma criança fingindo que a bronca não era com ela.

— É com você mesmo que eu estou falando mocinho! — Newt levantou avaliando os danos da travessura de pelúcio. — Vamos, já para fora.

Newt abriu a porta e o animal disparou para fora. A pequena expedição do pelúcio pelas prateleiras do magizoologista resultaram em dois vidros quebrados e três potes abertos, deixando diversas ervas e pó de chifre de bicórnio usado para poções espalhados pelo chão.

— Tenho de renovar meus estoques. — suspirou.

Newt agachou e recolheu os cacos um por um, terminou por pegar a varinha e conseguiu limpar aquela bagunça com mais rapidez.

Quando o bruxo saiu da maleta as Goldstein já tomavam o café. Newt concluiu que Queenie havia passado na padaria de Jacob, já que em cima da mesa haviam bolinhos com forma de Erumpente. Tina bebericava o café e franzia as sobrancelhas para o jornal, a cada palavra mais e mais. Newt pensou que, se continuassem naquele passo, logo estariam unidas numa só.

— Tina. — chamou Queenie. — Não acha que já tomou uma boa dose de preocupação antes de terminar o café?

— Só estou vendo as notícias. — retrucou Tina sem tirar os olhos do jornal.

Queenie ofereceu um sorriso amigável ao ver Newt na sala.

— Bom dia, Newt. — ela umprimentou. — Venha tomar o café da manhã!

— Não seria incômodo para vocês?

— Sente-se. — Tina levantou os olhos do jornal. — O café não está ruim.

— Obrigado. — Newt puxou uma cadeira, pensando se haveria chá ou ele teria de se contentar com café, bebida que ele não preferia.

— Temos sim. — disse Queenie, enchendo uma xícara de chá e estendendo para ele.

O magizoologista, um pouco pasmo por lembrar que Queenie seria uma presença constante em seus pensamentos, pegou o chá e agradeceu.

— Pode me passar os bolinhos? — Newt perguntou.

Queenie colocou um dos doces no prato dele e o bruxo acenou com a cabeça agradecendo. Tina ainda lia um jornal, dessa vez uma edição do mundo bruxo, já que as imagens se moviam, as sobrancelhas já não estavam mais franzidas. Dando um suspiro, ela deixou o jornal de lado, Newt sorriu e Tina retribuiu o gesto de forma mais restrita que ele antes de tomar o resto do café.

— Coma mais se pretende almoçar cachorro quente de novo. — disse Queenie para a irmã.

— Não vou! — Tina revirou os olhos e levantou. — Estou indo, quero procurar uns arquivos antes de algumas pessoas chegarem.

Como prometi, voltei [Newtina]Onde histórias criam vida. Descubra agora