32 [A ponte]

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— Sr. Scamander! — uma voz feminina chamou pelo magizoologista.

Newt olhou por trás do ombro e tateou o bolso do casaco antes de continuar a andar. Ele apenas queria sair logo do beco.

— Desculpe. — ele disse. — Não tenho nenhuma pena comigo aqui. Estarei na floreio e borrões semana que vem.

A bruxa de cabelos loiros num tom que lembravam mel, olhos azuis e vestido de mangas compridas o alcançou de qualquer jeito. Era baixa em comparação ao magizoogista. Ela ajeitou a alça da bolsa de couro antes de falar:

— Vim pelo anúncio do jornal. — ela esclareceu. — Não quero um autógrafo.

Newt apertou os lábios e assentiu, percebendo o erro cometido. Já havia algumas semanas desde que ele tomou a decisão de que poderia precisar de um ajudante, caso acontecesse algo a ele no Brasil — ou onde quer que Grindelwald fosse — suas criaturas não ficariam desamparadas.

— Sinto muito. Eu achei ser outra pessoa. — ele justificou-se. — Senhorita...?

– Olivotto. – ela estendeu a mão. – Marina Olivotto.

— Srta. Olivotto — ele coçou a nuca ao pensar onde poderia conversar melhor com a bruxa. — Gostaria de comer alguma coisa? Conheço uma boa padaria.

— Claro. — mais uma vez ela ajeitou a alça da bolsa.

O magizoologista retomou a caminhada, para outra direção agora.

— Eu coloquei no anúncio disponibilidade para viagens. — ele citou. — Algum problema em relação a isso?

— Nenhum. — ela respondeu. — Nada que me prenda a Londres.

— Isso é bom. — declarou ele. — Estou no Brasil e não tenho uma data definida para retorno.

— Brasil? — ela questionou surpreendendo-se com a coincidência. — Tem um tempo que não vou lá.

— Já esteve no Brasil? — ele perguntou.

— Sim. — ela confirmou. — Eu sou brasileira.

— Você fala inglês muito bem. — ele observou.

— Aprendi com uns treze anos, foi quando fui para Ilvermorny. — ela explicou.

— Estudou em Ilvermorny? — ele surpreendeu-se.

— Passei um ano lá.

— Gosta de magizoologia? — ele perguntou.

— Teria outro motivo para eu procura-lo? — Marina arqueou uma sobrancelha.

"Também gostaria de saber" pensou Newt, lembrando-se das bruxas, não muito interessadas nas criaturas mágicas, que já haviam aparecido usando como pretexto o anúncio no jornal.

— Seu livro é ótimo. — ela elogiou. — Finalmente algum que não mostre animais como pragas.

Os dois entraram no estabelecimento que tinha um letreiro escrito “Queen Bakery”. Jacob havia achado justo o nome, ele já tinha uma padaria que levava o seu próprio. Uma pequena fila formava-se no balcão, Queenie — mesmo atendendo os clientes — abriu um sorriso para o magizoologista.

— Finalmente alguém apta ao cargo! — Queenie apoiou os cotovelos no balcão quando chegou a vez do magizoologista. — Não, querido, não é uma fã maluca. — assegurou Queenie, tendo conhecimento do pensamentos dele sobre as primeiras candidatas.

— Percebi. — ele disse com sincero alívio por ter achado alguém que parecia ter um real interesse pela magizoologia.

Queenie colocou em um prato dois pães recheados de chocolate em formato de pelúcio. O britânico sorriu para o par de doces e os pegou. A bruxa brasileira esperava sentada numa mesa, deixou a bolsa no colo quando Newt chegou colocando os pães na frente dela.

Como prometi, voltei [Newtina]Onde histórias criam vida. Descubra agora