Tina passou a refeição inteira olhando para a cadeira vaga a sua frente. Ainda estava sem conversar com o magizoologista, mas ele não tinha deixado de vir em um ou outro jantar.
— Vá logo falar com ele. — disse Queenie enquanto os pratos eram lavados na pia.
A morena olhou para a maleta na sala e se levantou.
— Vou ver Francis.
Queenie desviou os olhos dos pratos para resmungar um “sei".
Tina entrou na maleta, mal havia saído da cabana quando um dos amassos de pelo marrom correu até ela.
— Oi, Caramel. — a morena pegou o animal no colo e o mesmo pulou de volta para o chão. — Ok, já entendi.
O amasso começou a arranhar as botas dela.
— O que deu em você hoje? — ela tentou pega-lo, mas ele se esquivou e correu alguns metros a frente.
Caramel parou e começou a balançar a cauda de um lado para o outro. A morena foi até o animal, e este voltou a correr, ela acompanhou ele com passadas largas. Ele parou de repente, fazendo Tina bufar por pensar que era apenas graça do animal. Andou um pouco mais e viu o britânico estirado no chão. Ela chamou o nome dele na esperança que ele levantasse. Não houve um sinal com a mão, um aceno, um cumprimento. Nada.
Ela correu e se ajoelhou ao lado do magizoologista, os olhos dele quase fechados e os cabelos grudados na testa pelo suor.
“Queenie!” a morena gritou, não sabia se ela ouviria, mas sabia que sempre ouvia os seus pensamentos. A sua mente também gritava de desespero.
A morena apoiou a cabeça do magizoologista sob o colo. “Rápido, Queenie".
— Meu casaco... — disse Newt. — poção verde.
Queenie apareceu com os saltos afundando na terra a cada passada e trazendo consigo o casaco azul dele.
Quando Tina pegou a peça, se surpreendeu com a quantidade de bolsos que o casaco tinha. Toda a parte de dentro parecia preenchida por vidros, ingredientes para poções, anotações e até mesmo ovos de algum animal. Ela achou, em meio a tantos outros, um vidro que continha um líquido verde brilhoso.
Ela ergueu um pouco mais a cabeça do britânico e levou o recipiente a boca dele.
Newt bebeu toda a poção enquanto Tina e Queenie olhavam apreensivas para ele.
— Tire a camisa dele. — disse a loira, fazendo Tina arregalar os olhos. — Vamos! A coisa é séria, terá tempo de pensar se é inapropriado ou não depois.
A loira se pôs de pé e correu em direção a cabana. Tina desabotoou os botões da camisa branca, consegui colocar ele sentado e tirou por inteiro a peça.
A morena prendeu a respiração por alguns segundos. Ela não prestava atenção nas cicatrizes e sardas que se espalhavam pelas costas dele. Ela olhava para dois furos, relativamente grandes e que pareciam ter sido feito por estacas, por onde o sangue escorria. E não era em pouca quantidade.
Queenie voltou com tolhas limpas e uma bacia cheia de água flutuava ao seu lado.
— Não ouse fechar os olhos. — ordenou Queenie enquanto estendia uma toalha no chão.
A morena se perguntava como a irmã conseguia ficar relativamente calma toda vez que alguém sofria algum risco. A mulher de sorrisos delicados e exclamações animadas sumia e predominava uma outra: mais controlada e firme.
Com dificuldade elas colocaram Newt em cima do tecido. Ele apertava os olhos tentando focar a visão nas duas mulheres.
Passou quase uma hora, em algum momento ele foi vencido pela moleza e sono. As Goldstein se entreolharam preocupadas, não havia um hospital bruxo na grande Nova York, havia uma ala hospitalar na MACUSA, mas para uso daqueles que lá trabalhavam.
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Como prometi, voltei [Newtina]
FanfictionO coração da auror palpitava. Um ano e três meses. Foi esse o tempo que Tina não tivera contato com Newt, exceto pelas cartas que trocavam. E agora o magizoologista estava a sua frente segurando sua maleta e o próprio livro recém publicado. Ele havi...