10 [Dois fugiram]

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O sino tocou indicando a entrada de alguém na padaria.

— Desculpe, mas estamos fechados. — disse o homem de costas para a porta enquanto limpava algumas bandejas.

Jacob se virou e ficou um tanto surpreso ao ver a figura familiar de sobretudo azul.

— Não estou aqui pelos pães. — disse Newt. — Está muito ocupado?

Jacob negou com a cabeça e deixou as bandejas de lado. Rapidamente procurou as chaves e fechou a padaria.

—Vamos. — disse ele, dando tapinhas nas costas do magizoologista. — Conheço um bom bar.

Eles chegaram no bar que Jacob havia falado, ele comentou brevemente que mesmo com a lei seca era só questão de achar o lugar certo para conseguir uma boa bebida. Deu um “olá” animado para um homem que trabalhava ali e se dirigiu para o balcão.

— Vai querer o quê?

— Qualquer coisa. — respondeu Newt, sentando num dos bancos altos e desconfortáveis do bar.

— Dois whiskys! — disse ele dando uma batida no balcão. — Você disse que era britânico, já tinha percebido pelo seu sotaque. O quê te fez vir a América?

"Estive aqui dois anos atrás para trazer um pássaro trovão, mas aí um monte de animais fugiram, conheci você, ajudei a prender um bruxo das trevas que se julga superior aos trouxas e depois você perdeu toda a memória sobre magia. Foi mal não ter te contado antes. Ah, esqueci de falar que eu era o sujeito que te deu a maleta cheia de ovos."

— Pesquisa. — os dois copos foram colocados no balcão e Newt resistiu a tentação de contar a verdade.

— Ah, é? Sobre o quê?

— Serpentes. — foi a primeira coisa que veio a mente dele, já que tinha a picada bem recente de uma em suas costas. — Estou ajudando a formar um soro para determinados tipos.

— Isso é bom. Conheci um cara que foi picado por uma cobra. — ele fez uma carreta rápida. — ele morreu.

— Eu sinto muito.

Jacob fez um gesto de desdém.

— Só morava na mesma rua que eu, nem me lembro do nome dele. — ele tomou um gole da bebida. — E você, não leve a mal, mas me procurou para quê?

— Não tenho muitos conhecidos na cidade, precisava conversar e você me pareceu uma boa pessoa. Acho que é o mais próximo de amigo que tenho por aqui.

O magizoologista deu o primeiro gole na bebida, todo aquele tempo ele estava ocupado demais batendo aa pontas dos dedos no balcão de madeira.

— Nova York não é um lugar muito acolhedor. — Jacob deu uma risada. — Mas é muito bonita, não?

— É, é sim.

Um instante de silêncio se instalou entre os dois, Newt nem ao menos levantou o olhar do próprio copo.

— Tem uma garota no meio ou alguma enrascada séria. – Jacob disse abruptamente.

— O quê? — Newt arqueou as sobrancelhas ao olhar rapidamente para o padeiro.

— Qual o nome dela? — indagou Jacob, tendo certeza que era o primeiro palpite.

Newt balançou a cabeça e olhou o próprio copo, de novo.

— Você me chamou aqui para conversar, mas não quer me falar nada. — apontou Jacob. — Assim fica difícil.

O britânico soltou um suspiro e tomou mais um gole

Como prometi, voltei [Newtina]Onde histórias criam vida. Descubra agora