22 [Conhece as regras]

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Dorset, Inglaterra

Tina tentou conter o próprio maxilar de despencar.

A sala dos Scamanders era imensa e estava pouca coisa atrás de uma digna de mansões. Um tapete grande tecido em tons de azul estava disposto no centro do piso de madeira escuro e em suas laterais dois sofás claros. Uma poltrona marrom estava perto da lareira de onde haviam saído. O ambiente era iluminado por um majestoso lustre de bronze que tinha miniaturas de hipogrifos. O espírito natalino estava presente perto da lareira com globos de neve e faixas vermelhas e brancas e no pinheiro decorado em dourado e vermelho.

Meses passaram-se desde que ela esteve na França. Ataques e violações no Estatuto Internacional de Sigilo continuavam a ocorrer principalmente pela Europa, mas o MACUSA se absteve de mandar mais aurores para missões fora da América. O motivo de Tina estar ali foi uma carta de Newt que recebera dias antes, convidando-a para passar o natal, apesar de saber que ela era judia, junto a ele e informou também que chamaria Queenie e Jacob. Foi impossível dar uma recusa, sentira imensa falta do homem de cabelos acobreados nos meses que os separaram.

Uma mulher baixa, de cabelos grisalhos e rosto cheio de sardas fundidas com os sinais da idade apareceu.

— Finalmente! — disse a mulher que os cabelos eram uma versão fantasma dos de Newt. — Achei que você se atreveria a passar mais um natal longe de mim.

— Eu não atreveria. — Newt disse e recebeu as sobrancelhas arqueadas da mãe. — Foi só uma vez, mãe. Eram meteoros chineses!

— Fui trocada por um dragão. — ela varreu a extensão do casaco com os olhos verdes. — Você nunca aprende a limpar o pó de flu das roupas, não é? — ela passou as mãos no lado direito do casaco perto do braço do magizoologista. — As laterais ficam sempre sujas. Está vendo as laterais?

— Sim, mãe. Estou vendo as laterais.

A leve exasperação deu lugar a ternura na face da mulher. Ela colocou as mãos sobre os cotovelos do Scamander mais novo e em seguida um abraço.

— Vou cortar essa franja. — disse a mãe passando os dedos pelo cabelo do filho.

Newt torceu o nariz.

— Gosto dela assim.

Ela afastou dele lançando mais um olhar exasperado. Mudou a atenção para o outro filho.

— Venha cá. — ela abriu os braços para Theseus.

— Oi, mãe. — Theseus abraçou-a.

A mão da bruxa deslizou para a barba do filho e ela balançou a cabeça.

— Nem vem falar da minha barba. — Theseus manteve a mãe presa no abraço e ela soltou uma risada aguda. — Tio Iro tem uma enorme e a senhora nem reclama.

— Ele é meu irmão, já reclamei muito dele. E você fica muito mais bonito sem ela.

— Mãe.

— Tudo bem, tudo bem. Sem mais reclamações. — ela deixou o filho e olhou para os três desconhecidos com um sorriso. — Vai me apresentar ao seus amigos?

Ela sabia que teriam visitas para o natal, o que não sabia era quem seriam os convidados.

— Na verdade, são amigos de Newt. — disse Theseus, fazendo os olhos da mulher alargarem um pouco. — A única que conheço a mais de vinte minutos é a alta.

Theseus olhou para Newt e revirou os olhos com diversão à expressão desconcertada da mãe.

— Nossa mãe — Theseus fez um gesto teatral. — Hemera Scamander.

Como prometi, voltei [Newtina]Onde histórias criam vida. Descubra agora