Como prometi, voltei [Newtina]

7 [Pufoso]

Tina apertou os olhos com a entrada da luz no quarto e pôde sentir Queenie balançando seu ombro para acorda-la. Resmungou algo incompreensível e abriu os olhos com certa relutância. Normalmente era a morena quem levantava cedo, mas nos finais de semana aquele papel se invertia: Queenie acordava, deixava a irmã dormir e chamava quando achasse necessário.

— Deixei você dormir mais um pouco. — disse Queenie. — O café está pronto.

Ela ficou alguns segundos olhando para teto esperando que o sono fosse embora, coisa que não aconteceu. Levantou, se vestiu e foi até a cozinha. Queenie serviu o café e empurrou uma bandeja cheia de biscoitos, Tina deu um bocejo em mais uma tentativa de se livrar do sono.

— Onde está Newt? — perguntou Tina, estranhando ele não estar ali, visto que os dois haviam combinado de ir a Hogsmeade. — Ele saiu?

— Não. — Queenie continuou a ler as revistas. — ele nem subiu para o café. Bati na maleta, mas acho que ele estava dormindo.

Tina estranhou a suposição de Queenie. Desde que o magizoologista chegara em Nova York ela percebeu que ele tinha o hábito de não levantar tarde, principalmente porque suas criaturas precisavam de cuidados na hora certa.

Ela levantou, deixando a xícara de café intocada.

— Calma, Teenie. Deixe ele dormir.

A mais velha olhou com irritação para a loira. Se ajoelhou próximo a maleta, deu duas batidas nela e esperou. Não houve resposta e decidiu abri-la.

— Newt? — mais uma vez não houve resposta. — Newt?

— Pelo amor de Mercy Lewis, Teenie. — clamou Queenie.

— Sshh! — a morena repreendeu ao ouvir alguns ruídos de dentro da maleta. — Newt?

— Sim? — ela soltou um suspiro de alívio ao ouvir a voz dele.

— Eu vou descer. — ela declarou.

— Não, não, não... — Newt disse rapidamente. Tina pode ouvir o chão de madeira rangendo com os passos apressados dele. Houve uma pausa antes de liberar a entrada dela: — Pode descer.

Tina não perdeu tempo. Ela viu o magizoologista ainda de pijama, o nariz vermelho e os olhos inchados. Um estado desfavorável, mas ainda assim ele se esforçou para parecer bem.

— Você está doente. — concluiu.

— Estou gripado.

— Queenie pode dar um jeito nisso, ela é boa com feitiços de cura. — Tina se virou em direção a escada, mas antes que pudesse chamar sentiu a mão do magizoologista segurar seu pulso. — Newt, pode confiar. Ela não é desastrosa com esse tipo de feitiço.

— Eu confio nela. — Newt garantiu. — Suspeito que eu esteja com gripe pufosiana e não gripe comum. Seja qual for o feitiço, não surte efeito.

— Gripe pufosiana? Certeza?

— Absoluta, apenas uma gripe pufosiana. — tranquilizou. — Melhor você voltar lá para cima. Não quero que fique doente.

— De jeito nenhum! O que você precisa? Tem algo que podemos comprar?

— Já estou preparando uma poção. — ele vasculhou uma gaveta a procura dos ingredientes que precisava.

Água e o extrato de algumas plantas foram misturadas num copo. Ele largou o recipiente nas mãos de Tina assim que sentiu um gosto azedo na garganta que subia para a boca e correu para o banheiro.

Ela ouviu, com a orelha colada na porta, alguns grunhidos e depois um acesso de tosse.

A porta se abriu, Newt limpava a boca com um lenço e sua pálpebras pareciam pesar como chumbo.