Tina acordou com a mente completamente branca. Ela ficou alguns segundos olhando para os lençóis até entender que estava na casa dos Scamanders. Até recordar e tentar compreender, em vão, o que havia passado nos primeiros minutos do ano.
As lembranças da noite a golpearam. A cena no jardim, ela e o magizoologista subindo para o quarto, ela o beijando.
Ela agarrou um travesseiro e o forçou contra o próprio rosto. Ela não conseguiria encara-lo na mesa do café.
— Bom dia, Teenie. — a voz calma e melodiosa da loira interrompeu os pensamentos de pura vergonha da auror.
Tina sentou na cama e encarou a loira que colocava um vestido para o dia.
— Bom dia? — repetiu Tina indignada.
A loira deu um sorriso e sentou-se na cama para por as meias finas.
— Você ficou louca? — Tina ergueu os braços e os deixou cair em cima das cobertas. — Sabe o quanto aquilo foi errado?
Queenie ergueu o rosto para a mais velha e revirou os olhos.
— Como se você nunca tivesse feito antes. — acusou ela. — E não teve nada de errado.
Tina ficou com as mãos no ar querendo estrangular a loira.
— A questão não é se eu fiz ou não, é com quem eu estava prestes a fazer! — ela apontou para a porta e diminuiu o tom. — Newton Scamander! O que deu na sua cabeça? E o que deu na cabeça de Theseus para concordar com isso?
Queenie apenas riu.
— Não fomos nos que fizemos nada, foram vocês. — a loira esbanjou o sorriso malicioso.
Tina arregalou ainda mais os olhos, pegou o travesseiro e arremessou na cara de Queenie. A loira devolveu o travesseiro e pegou os saltos altos que estavam ao pé da cama.
Tina jogou as costas no colchão e mastigou o lábio inferior. Talvez o magizoologista tivesse bebido o bastante para não se lembrar, talvez ela não precisasse ter que explicar nada.
— Ele se lembra. — informou Queenie. — Muito bem, aliás.
— Então sou eu que não lembro. — Tina levantou da cama. — Pronto.
— Mercy Lewis! — exclamou a loira. —Papai tinha que ter te passado tanta teimosia?
Tina pegou a roupa que usaria e saiu no corredor, rumando para o banheiro.
_____
A cabeça de Newt pesava, ele gemeu baixinho quando acordou e afundou o rosto no travesseiro. Fez a nota mental de não beber mais, algo que ele repetia toda ressaca que passava e nunca cumpria de verdade. A dor de cabeça tornou-se menos incômoda quando ele lembrou da auror no quarto vizinho.
— Merlin. — ele suspirou com um sorriso e passando as mãos pelo cabelos.
Uma parte dele sentia-se como um canalha por não ter pedido para beija-la, pensando que Tina poderia ter sentido um ponta de ofensa por ele estar alterado na hora, mas ele não estava arrependido. Definitivamente não se arrependeu por ter beijado a bruxa que ocupava a mente dele fazia meses.
Isso não significava que Newt não estivesse irritado com o irmão. Ele havia pego sua varinha, armado para que ficasse a sós com Tina e os trancado no quarto. Theseus era um trapaceiro. Bêbado ou sóbrio.
O magizoologista tomou o banho necessário para tentar espantar a ressaca na maleta e desceu para o outro andar.
Ele passou na sala para ver um Theseus esparramado no sofá, um braço esticado no encosto e uma das pernas tocando o chão. O auror tomava como cama a primeira coisa acolchoada que via quando o álcool — que foi numa quantidade muito maior que a tomada por Newt — era tanto que o dopava com sono.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Como prometi, voltei [Newtina]
FanficO coração da auror palpitava. Um ano e três meses. Foi esse o tempo que Tina não tivera contato com Newt, exceto pelas cartas que trocavam. E agora o magizoologista estava a sua frente segurando sua maleta e o próprio livro recém publicado. Ele havi...