17 [Desavenças, desculpas e Fluk]

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A auror esticou o pescoço para procurar pelo magizoologista — que estava ao lado de Theseus, recebendo um pequeno sermão dele e repetindo o tempo todo que deveria duplicar o cuidado.

A sala principal não estava com grande quantidade de aurores como Tina esperava. A maioria encontrava-se no hospital ou ignorando ferimentos menores e apenas foram para o quarto. Tina não deu a mínima para os poucos aurores presentes ali e andou com passos apressados em direção a Newt.

Theseus viu a americana e deu dois passos para trás. Newt olhou para o irmão, ainda não dando conta da aproximação dela, e foi surpreendido por um par de braços em volta do seu tronco.

— Tina. — ele falou num sussurro e passou os braços em volta dela.

Ela afrouxou o abraço apenas para olhar o rosto do magizoologista e notar um corte na testa.

— Você está sangrando. — ela disse.

Puxou a manga da blusa e limpou o sangue, pegou a varinha e aplicou um feitiço de cura. O corte fechou com uma leve ardência.

— Já tive piores. — ele deu um pequeno sorriso.

— Você está ferido? — ela perguntou. — precisa ir ao hospital?

Ele negou com a cabeça, ela apalpou os braços e ombros do magizoologista e assentiu com a cabeça.

— Você está bem? — ela indagava mais como uma forma de acalmar-se. — Você está bem. — afirmou.

Tina voltou a tirar a varinha do bolso e os dois sentiram a pressão nos ouvidos causada pela aparatação, estavam no quarto temporário da auror no momento seguinte. Era desnecessário aparatar apenas um andar, mas se ficasse no salão mais um segundo explodiria na frente de todos os aurores.

— Você ficou louco? — ela perguntou com a voz alta o suficiente para poder ser ouvida no corredor e soltou o braço dele. — O que estava fazendo lá? O que veio fazer aqui?

Newt ficou evidentemente confuso com a expressão irritada dela.

— Theseus me enviou uma carta. — ele explicou. — Vim ajudar com Credence. O ministério daqui e nem o MACUSA está apoiando muito...

— Acho que era óbvio que não tinha um obscurus ali. — ela interrompeu, gesticulando os braços e andando de um lado para o outro enquanto falava. — Viu quantos seguidores tinha? Você não estava com um único bruxo que mexe com magia das trevas, estava com vários! Não conhece eles, mas saiba que não desistem e muitos não sentem um pingo de remorso ao torturar ou tirar a vida! Aquele homem lançou a maldição cruciatos em você!

— Não foi a maldição cruciatos. — ele achava que a mentira nada convincente apaziguasse ela. — Eu estou perfeitamente bem.

Ela parou, apoiou as mãos no quadril e encarou o magizoologista. A visão de Tina a sua frente — com o olhar irritado e reprovador, o filete de sangue que começava no queixo e escorria pelo pescoço somado com o sobretudo de couro marrom — era ameaçadora.

Ele já havia visto ela diversas vezes com o casaco dos aurores, mas normalmente chegava no apartamento com ele já nos braços e com um sorriso leve. As vezes usava os próprios casacos de tecidos mais simplórios, e ele nunca sentiu tanta falta do casaco cinza dela. Lembrava de quando as coisas se resolveram rapidamente: Prenderam Grindelwald e recuperaram as criaturas do magizoologista, apenas. Agora era algo fora do controle dos dois, uma legião de seguidores que se propagava mais e mais.

Como prometi, voltei [Newtina]Onde histórias criam vida. Descubra agora