27 [O jeito Newt Scamander]

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O túnel estava escuro e era impossível de determinar seu tamanho. Os dedos de Tina agarravam a varinha com tal força que os nós ficaram ainda mais brancos. Ela mudava o alvo a todo instante não sabendo onde atacar.

Um lampejo verde e um grito esganiçado que Tina reconheceu ser da irmã a fez correr na direção que acreditava ser a origem do som.

A ponta da varinha iluminou a figura de Queenie soluçando e tremendo violentamente debruçada em alguém. Ao se aproximar, distinguiu ser Jacob.

O no-maj estava morto.

Passos atrás de Tina, a morena virou e apontou a varinha. Newt tinha os olhos vermelhos e deixou que as lágrimas caíssem ao olhar para o corpo do amigo.

Outro lampejo.

Queenie dessa vez. O corpo ficou inerte em cima do marido.

Tina correu na direção da loira, o túnel pareceu alongar e ela nunca conseguiu chegar onde queria.

Mais uma faísca verde.

Newt caiu no chão. Morto.

Tina, mais uma vez, mudou a direção dos passos. Ela avançou na escuridão, mas não chegou ao magizoologista.

Houve passos alheios. Tina apontou a varinha para todos os lados. As lágrimas não paravam de cair.

— APAREÇA! — ela exigiu.

O clarão foi na direção dela.

Tina acordou respirando rápido e com o rosto molhado pelas lágrimas. Ela percebeu, em meio ao movimento brusco ao sentar, algo nos tornozelos.

Newt estava sentado em uma cadeira, os braços cruzados sobre o peito e as pernas esticadas até a beirada da cama. Ele acordou em decorrência do chute inconsciente que Tina deu durante o sono.

— Você está bem? — ele perguntou, levantando e indo até ela.

Tina assentiu enquanto limpava as lágrimas e recuperava-se da cena do espelho que tomava vida no sono dela. A explicação que Percival havia dado retumbava na mente dela toda vez que acordava, uma forma de convencer a si mesma que não passava de um encantamento que manipulava e distorcia um mau pensamento.

— Foi só um sonho ruim. — ela murmurou.

— Pode não parecer tão ruim quando falamos dele. — ele disse. — Quer conversar?

— Não. — ela negou apressadamente. — Esse não vai deixar de ser ruim.

A morena continuou a esfregar os olhos por alguns instantes. O britânico observou ela em silêncio.

— Eu acordei você? — Tina franziu as sobrancelhas. Mesmo se ela tivesse gritado, seria difícil ele escutar de dentro da maleta.

— Eu estava na cozinha. — ele disse. — Desculpe por entrar no quarto assim, só que eu ouvi você chamando por Queenie, Jacob, por mim. Você estava se mexendo muito. Só queria ter certeza de que estava bem.

— Eu estou bem. — ela garantiu.

Newt assentiu. Mais alguns instantes olhando ela e levantou da cadeira, pegando-a com um dos braços e saindo quarto.

Como prometi, voltei [Newtina]Onde histórias criam vida. Descubra agora