O túnel estava escuro e era impossível de determinar seu tamanho. Os dedos de Tina agarravam a varinha com tal força que os nós ficaram ainda mais brancos. Ela mudava o alvo a todo instante não sabendo onde atacar.
Um lampejo verde e um grito esganiçado que Tina reconheceu ser da irmã a fez correr na direção que acreditava ser a origem do som.
A ponta da varinha iluminou a figura de Queenie soluçando e tremendo violentamente debruçada em alguém. Ao se aproximar, distinguiu ser Jacob.
O no-maj estava morto.
Passos atrás de Tina, a morena virou e apontou a varinha. Newt tinha os olhos vermelhos e deixou que as lágrimas caíssem ao olhar para o corpo do amigo.
Outro lampejo.
Queenie dessa vez. O corpo ficou inerte em cima do marido.
Tina correu na direção da loira, o túnel pareceu alongar e ela nunca conseguiu chegar onde queria.
Mais uma faísca verde.
Newt caiu no chão. Morto.
Tina, mais uma vez, mudou a direção dos passos. Ela avançou na escuridão, mas não chegou ao magizoologista.
Houve passos alheios. Tina apontou a varinha para todos os lados. As lágrimas não paravam de cair.
— APAREÇA! — ela exigiu.
O clarão foi na direção dela.
Tina acordou respirando rápido e com o rosto molhado pelas lágrimas. Ela percebeu, em meio ao movimento brusco ao sentar, algo nos tornozelos.
Newt estava sentado em uma cadeira, os braços cruzados sobre o peito e as pernas esticadas até a beirada da cama. Ele acordou em decorrência do chute inconsciente que Tina deu durante o sono.
— Você está bem? — ele perguntou, levantando e indo até ela.
Tina assentiu enquanto limpava as lágrimas e recuperava-se da cena do espelho que tomava vida no sono dela. A explicação que Percival havia dado retumbava na mente dela toda vez que acordava, uma forma de convencer a si mesma que não passava de um encantamento que manipulava e distorcia um mau pensamento.
— Foi só um sonho ruim. — ela murmurou.
— Pode não parecer tão ruim quando falamos dele. — ele disse. — Quer conversar?
— Não. — ela negou apressadamente. — Esse não vai deixar de ser ruim.
A morena continuou a esfregar os olhos por alguns instantes. O britânico observou ela em silêncio.
— Eu acordei você? — Tina franziu as sobrancelhas. Mesmo se ela tivesse gritado, seria difícil ele escutar de dentro da maleta.
— Eu estava na cozinha. — ele disse. — Desculpe por entrar no quarto assim, só que eu ouvi você chamando por Queenie, Jacob, por mim. Você estava se mexendo muito. Só queria ter certeza de que estava bem.
— Eu estou bem. — ela garantiu.
Newt assentiu. Mais alguns instantes olhando ela e levantou da cadeira, pegando-a com um dos braços e saindo quarto.
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Como prometi, voltei [Newtina]
FanfictionO coração da auror palpitava. Um ano e três meses. Foi esse o tempo que Tina não tivera contato com Newt, exceto pelas cartas que trocavam. E agora o magizoologista estava a sua frente segurando sua maleta e o próprio livro recém publicado. Ele havi...