33 [Senhora Animais Fantásticos]

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O jornal foi jogado na mesa acompanhado pelo estralo do conjunto de folhas batendo na madeira. Tina tirou os olhos do caderno que tinha em mãos, no qual havia copiado um artigo um tanto antigo de um dos jornais brasileiros, graças a Beatriz que havia traduzido, para encarar o Scamander.

— Já leu as notícias hoje? — ele perguntou.

— Esse jornal nem é dessa semana. — ela apontou e voltou a olhar as anotações.

— Eu recomendo que leia — Theseus tamborilou os dedos no papel. — Tem notícias interessantes.

A morena fechou o caderno e desprendeu as costas da cadeira, debruçando-se sobre a mesa para poder ler. Não teve tempo de replicar uma segunda vez que aquele jornal não era de hoje, Theseus virou algumas páginas e tornou a bater os dedos nas folhas. Ela arregalou os olhos e um som de engasgo saiu da garganta da morena como forma de protesto.

"O autor e magizoologista Newton Scamander compareceu a sessão de autógrafos prometida e falou sobre a importância do estudo e compreensão das criaturas mágicas, enfatizando aquelas que estão em risco. O curioso é que ele veio acompanhado por uma mulher: Porpentina Goldstein, auror americana, lembremos que ela esteve presente quando senhor Scamander prendeu Grindelwald. Seria ela uma paixão do magizoologista que sabemos tão pouco?"

Havia ainda uma foto ilustrando o artigo. Capturaram o momento exato em que pegaram na mão um do outro,  trocavam um sorriso pequeno e realmente aparentavam ser um casal.

Ela fechou o jornal achando completamente desnecessário um jornalista escrever um artigo como aquele e achando ainda pior o artigo ser publicado.

— Algo a declarar, Sra. Animais Fantásticos? — Theseus provocou com um meio sorriso.

Tina lançou um olhar enfurecido para o Scamander, este apenas pegou o jornal para si.

— Leão e eu vamos reunir os aurores. Há algo que não falei para você e nem aos outros. — ele comunicou, recuperando a seriedade.

Tina conteve um resmungo e levantou da mesa do bar, que estava vazio por quatro horas da tarde, havia apenas as duas brasileiras donas do lugar conversando numa outra mesa.

— Ministério? — ela perguntou.

Theseus confirmou com a cabeça e os dois bruxos aparataram no departamento de investigações. Tina acompanhou Theseus para a sala que havia sido ampliada magicamente desde a chegada dos aurores britânicos, a sala tinha painéis para facilitar a visualização das provas que obtiveram, dos jornais e duas enormes mesas, para os grupos de cada ministério.

— Suspeitamos que Grindelwald, ou pelo menos alguns procurados, estão usando o quartel do batalhão Tobias de Aguiar, é base da polícia militar não bruxa de São Paulo. — disse um brasileiro em inglês. Ao lado, Leão falou mais algumas palavras para o auror.

— Como uma base do governo no-maj está sendo usada por Grindelwald e só agora ficamos sabendo? — perguntou Alice Hedley, auror do ministério britânico.

— Não houve exposição. — respondeu Marco Leão, as palavras arrastavam-se muito mais com o sotaque em comparação ao outro brasileiro.

— Como não? — Tina perguntou. — Como não há uma testemunha, mesmo um no-maj, neste prédio? Qual confirmação temos então?

Como prometi, voltei [Newtina]Onde histórias criam vida. Descubra agora