28 [Mandíbula de Dragão]

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Tina avistou os cabelos acobreados de Newt a distância. O britânico estava numa cachoeira, os olhos fechados e nadando preguiçosamente na água cristalina. A cachoeira e a lagoa que formavam-se no meio da paisagem era o pedaço de algo quase surreal. Pelo menos aos olhos da americana.

— NEWT! — Tina gritou de cima do paredão de pedra.

O magizoologista abriu os olhos e procurou pela auror. Ele exibiu um sorriso pequeno e levou a palma da mão aos olhos para ver a silhueta de Tina contra o sol.

— Esqueceu que eu não falo uma única palavra em português? — Tina encarou o britânico com clara desaprovação. — Foi difícil eu descobrir onde você se meteu.

— Desculpe. — ele levou a franja molhada para trás. — Você estava bem concentrada olhando os mapas e eu não quis incomodar. Um dos fazendeiros me falou daqui e eu quis dar uma olhada.

Eles estavam num povoado chamado Cavalcante, em Goiás, e conversaram com todos que puderam ao procurar por pistas. Muitos falaram da nuvem negra que arrastava destruição. A vila ainda não havia passado por nada do tipo, os dois bruxos esperavam que algo acontecesse em breve.

— Temos um bruxo das trevas e um obscurus para achar! — ela lembrou o britânico.

— Tina — Newt nadou em direção a borda próxima de onde estava a mulher, porém ela estava muito mais acima. —, falamos com os moradores e apenas confirmamos aquilo que já sabíamos, agora é esperar por Credence. Faça uma pausa. Minha filosofia é que se você preocupa-se demais, sofre em dobro.

— Ótima filosofia. — ela revirou os olhos e apoiou as mãos no quadril.

— Entre. — ele agitou as duas mãos enquanto nadava para trás. — A água está ótima.

— Você é louco.

— Pelo tanto de vezes que já escutei isso, acho que é um pouco verdade. — ele deu mais um sorriso e continuou a gesticular.

A auror passou as mãos pelo rosto limpando o suor e voltou a coloca-las no quadril. Ela olhou para cima, fitando o início do véu branco que era a cachoeira, e depois para baixo. Havia pelo menos dois metros e meio do alto da rocha até a bacia de água.

Como que sabendo dos pensamentos de Tina, Newt interveio:

— Pode pular. As pedras estão mais para lá, não vai acontecer nada. — ele assegurou. — Eu pego você.

A morena ficou alguns segundos passando os olhos pelas rochas e no fundo azulado e deu as costas. O sorriso do magizoologista vacilou.

Instantes depois houve um grito e o barulho do corpo colidindo na água. Tina voltou a superfície jogando os cabelos encharcados para trás e sem fôlego.

— Está fria! — ela disse incrédula em ter um clima tão quente e água continuar fresca.

— Bom, não é? — o magizoologista deu algumas braçadas para chegar a ela.

— Você é um mentiroso. — ela disse num tom severo que era contrariado pelo sorriso que carregava. — Disse que me pegaria.

A auror bateu as pernas mantendo os ombros acima da água; Newt pousou as duas mãos nas costas dela, dando maior apoio. Tina colocou os antebraços nos ombros dele e as bochechas tornaram-se rosadas ao reparar que o homem estava sem camisa. Ela mergulhou, arriou as mangas ensopadas da blusa e abriu os braços. A água parecia lavar a mente dela e renovar as energias. Ela voltou a nadar de um lado para o outro e tentou ignorar as costas nuas do magizoologista.

Como prometi, voltei [Newtina]Onde histórias criam vida. Descubra agora