03 - LovesPizza

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POV Camila Cabello

Logo após a matrícula na faculdade fui para casa, quer dizer, a casa dos meus pais. Eu ia demorar para me acostumar com isso. Em mãos, eu tinha o unicórnio de pelúcia da Sofia. Eu o tinha pego pouco antes de sair de casa para fazer algumas modificações.

Assim que entrei, encontrei uma Sofia desesperada correndo por todos os lados e jogando várias coisas para cima. Almofadas, seus brinquedos... E quando ela pegou o Bob na mão e estava quase o jogando para cima também, eu chamei sua atenção.

— Sofi! — gritei. E ela me olhou com uma expressão desesperada. Falei lentamente: — Ponha o Bob delicadamente no chão.

Ela obedeceu e continuou olhando para mim.

— O que aconteceu? — perguntei.

— Mila, eu não consigo achar o Arco-Íris — disse com os olhos cheios de lágrimas.

Eu sorri e ela me olhou com curiosidade.

— É porque ele foi dar uma volta comigo — eu disse, tirando o unicórnio de pelúcia de dentro da sacola e o estendendo para ela.

Ela correu ao meu encontro e agarrou o unicórnio como se a sua vida dependesse disso. Mas logo depois, lembrou-se que deveria estar furiosa comigo por ter pego seu bichinho preferido e sequer ter avisado. E antes mesmo de ela vir para cima de mim, eu fiquei na altura dela e tentei me explicar:

— Sofi, já que a Mila não vai estar aqui todos os dias pra cantar pra você dormir, eu resolvi te trazer um presente.

— Mila, mas quando você dá um presente tem que ser uma outra coisa, e não uma coisa que já é minha.

Um sorriso involuntário surgiu em meus lábios.

— O presente está dentro do seu ursinho — falei. E quando Sofi fez menção de cortar o bicho ao meio, eu tive que impedi-la. — Não, não, Sofi! Não precisa abrir! É só apertar!

Ela apertou a barriga do unicórnio, e dele começou a tocar uma gravação que eu havia feito mais cedo. Era uma história que Sofia adorava ouvir e me fazia repetir quase todas as noites.

— Quando você aperta a mão direita dele, ele troca a história — continuei explicando. — Então você vai poder ouvir várias sempre que quiser.

Quando terminei de falar, Sofia praticamente pulou no meu pescoço de tanta felicidade.

— Mila, você pode roubar os meus brinquedos sempre que quiser! — Sofia exclamou. — Mas pelo menos me avisa?

Prometi que sim e fiquei mais um tempo ali brincando com ela. Eu iria sentir falta de ter todos os dias essa pestinha no meu pé.

Subi até meu quarto e peguei meus últimos pertences, colocando em uma mala pequena. Desci e me despedi de meus pais e de Sofia com muito sofrimento, e então: parti para minha nova vida.

Entrei no meu carro e dirigi até o endereço do apartamento, agradecendo mentalmente por meu pai já ter mandado minhas roupas. Estacionei o carro dentro do estacionamento do prédio e subi pelo elevador até a cobertura, que era onde ficava o apartamento que eu iria morar. Nossos pais não quiseram dizer se era um apartamento para cada ou se teríamos que dividi-lo, mas quando o elevador se abriu, percebi que era um pouco dos dois. Havia um corredor pequeno a minha frente com duas portas, uma ao lado da outra.

Olhei para a chave e pude notas que nela havia um símbolo de laço, assim como uma das portas. A outra tinha um pouco de strass e chamava muita atenção. Logo nota-se que aquela deveria ser da Normani.

All or NothingOnde histórias criam vida. Descubra agora