56 - Its Not Your House

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POV Lauren Jauregui

Eu podia jurar que a cor saiu do rosto da mãe da Camila quando ela falou aquele "minha namorada". E olha que a mulher já era branca. Chegou a ser engraçado, vocês tinham que ver. Mas acho que rir da cara da minha sogra não era a melhor forma de causar a melhor primeira impressão. Então, só o que fiz foi dar um meio-sorriso e fingir que não estava surpresa com a notícia. Apesar de considerar Camz como minha namorada, nunca tinha acontecido um pedido formal, então fiquei um pouco surpresa de ela sair por aí falando para a mãe dela que eu era sua namorada.

Quando Sinu tirou o olhar de mim e voltou-o para Camila, eu consegui abaixar minha cabeça e respirar fundo.

De repente, uma figura já conhecida por mim apareceu entre as pernas de Sinu. Ali estava Sofia, tentando ver quem estava na porta. Assim que viu Camila, abriu um sorriso de orelha à orelha.

— Kaki! — ela gritou e passou pela mãe, abraçando as pernas de Camila. Então, percebeu que eu estava ali e veio para o meu lado, abraçando minhas pernas. — Lolo!

Eu sorri e abaixei para abraçar a pequena. Ela sorria de orelha à orelha.

— Sofi... — Sinu pronunciou, e quando olhei para a sua expressão, ela parecia surpresa. E foi aí que me lembrei: ela não tinha ideia de que eu conhecia Sofia.

— Mama, a Lolo e a Kaki podem me levar no Ibirapuera depois? — Sofia perguntou à Sinu. Quando a mesma não respondeu, ela correu e abraçou as pernas da mãe. — Por favooooor.

— Acho que... sim — Sinu disse, parecendo mais confusa do que já estivera em toda a vida.

Sinu deu espaço para que nós entrássemos. Camila passou por ela e eu, antes de entrar, estendi minha mão para minha sogra e dei o meu melhor sorriso.

— Muito prazer, senhora — pronunciei enquanto a via levantar a mão e, com certa relutância, apertar a minha. — Meu nome é Lauren Jauregui.

Antes que Sinu pudesse se pronunciar, entretanto, uma voz grossa vinda do interior da casa se fez presente.

— O que tá acontecendo aqui? — a voz conhecida de Alejandro perguntou. Então, ele apareceu no hall de entrada. — Sinuhe, quem era na porta? — Então, sua voz falhou quando focou os olhos em Camila, no centro do hall, com Sofia ao lado.

Alejandro parou ali mesmo aonde estava e voltou os olhos para mim. E eu juro que se eu tivesse perto o suficiente dele, provavelmente o ódio que exalara de seus olhos teria me queimado.

— Camila — ele pronunciou o nome da filha, virando-se para ela novamente. Seus olhos encheram de lágrimas. Camila colocou Sofia atrás dela e deu um passo à frente.

— Papa — Camz pronunciou, engolindo em seco.

Eu respirei fundo e, passando por Sinu, alcancei Camz. Ela parecia a ponto de ter um colapso. Parecia que toda a coragem que ela havia adquirido estava se esvaindo aos poucos. Então, para ajudá-la e mostrar que eu estava ali com ela, eu a segurei pela mão, entrelaçando nossos dedos e os apertando com certa força. Camila respirou fundo com o ato.

Alejandro desviou sua atenção para as nossas mãos entrelaçadas e fechou os olhos com certa força, deixando um sorriso sínico escapar.

— Então, depois de todo esse tempo — ele começou, a ira aparecendo com mais força a cada sílaba pronunciada —, você ainda continua com essa palhaçada?

O pai de Camila abriu os olhos e encarou a filha. A raiva e a decepção estampadas na expressão impassível.

Camila continuou em silêncio. Eu até tentei apertar sua mão e incentivá-la a dizer alguma coisa, mas ela parecia estar em choque. Eu deveria saber que esse tipo de coisa poderia acontecer, afinal, antes de mim, Camila nunca tinha contestado a vontade do pai.

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