POV Lauren Jauregui
Não sei por quanto tempo rodamos com o carro. Eu continuava sem poder ver nada. Ouvia algumas vozes ao longe, mas nenhuma que eu pudesse ouvir por muito tempo para identificá-las. Assim que chegamos, me tiraram do carro e caminhamos para dentro de algum lugar. Eu ainda não enxergava, mas senti a madeira ranger quando subimos por alguns degraus e a iluminação pareceu mudar quando entramos. Levaram-me até algo que eu imaginei ser um quarto. Colocaram-me na cama e saíram pela porta. Estranhamente eles não estavam me tratando com nenhum tipo de violência, o que eu estranhei extremamente. Não estava passando pela minha cabeça quem podia ter feito aquilo comigo, afinal, minha família não tinha dinheiro algum para eles pedirem resgate.
Tentei ouvir alguma coisa, mas o cômodo estava um completo silêncio. Respirei fundo e deitei na cama. Fiquei um tempo ali, apenas pensando em quem diabos teria me sequestrado, até que acabei dormindo.
Quando acordei, eu já não estava mais amarrada e nem vendada. Assustei-me a principio. Como alguém tinha retirado a minha venda e a minha mordaça sem me acordar?
Olhei para os lados e não vi ninguém no quarto. Levantei-me e analisei o lugar. Era um quarto pequeno, com chão de madeira e uma cômoda marrom. Ao lado da cama, havia um criado-mudo com um abajur pequeno. Parecia um quartinho de empregados, pois não era muito luxuoso.
Olhei para a porta. Pensei em abri-la, mas travei por alguns segundos. Céus, quem eu encontraria do lado de fora? Andei de um lado para o outro dentro do quartinho, com as mãos na cintura e ouvindo o ranger do chão de madeira com meus passos, até tomar a devida coragem.
Abri a porta bem devagar. Coloquei a cabeça para fora e olhei para os lados. Esperei levar um tiro ou ao menos uma pancada na cabeça, mas nada aconteceu. O lugar parecia vazio. Respirei fundo. Eu teria que enfrentar uma hora ou outra, então, comecei a caminhar pelos cômodos. Olhei na sala de estar: nada. Na sala de jantar: nada também.
Ouvi um barulho vindo da cozinha. Respirei fundo e segui para o local de onde havia vindo o barulho. Entrei tentando não emitir nenhum som.
Assim que meus olhos percorreram o cômodo, eu não pude acreditar no que eu via. Eu teria pensado em quinze mil possibilidades, antes de achar que a minha sequestradora seria, ninguém mais, ninguém menos, que Camila Cabello.
— Você! — falei surpresa, abrindo a boca. — EU VOU TE MATAR! — praticamente gritei indo em sua direção. Quem ela achava que era para me sequestrar e me fazer passar aquele tipo de estresse?
— Lauren... — Camila foi se afastando com as mãos levantadas em rendição. — Calma!
Assim que tentei me aproximar dela, tropecei em algo e cai no chão. Me amaldiçoei mil vezes por ter caído.
— Mas já está aos meus pés? — Camila perguntou irônica. — Foi mais rápido do que pensava. — Ela gargalhou.
Olhei-a irritada enquanto me levantava.
Aquela garota estúpida estava com os braços cruzados, me encarando com um ar de sínica. Eu estava tão irritada que minha cabeça começava a dar indícios de dor. Como ela ousou me sequestrar? Aquela, aquela... Garota idiota, gostosa e... Não Lauren, não. Gostosa não éinsulto.
— O que você pensa que está fazendo, garota? — perguntei, aumentando minha voz. — Não pode simplesmente por alguém em uma van e sequestrar só porque essa pessoa não quis te ouvir!
— Na verdade... — falou se aproximando de mim, e me prensando contra o balcão que tinha ali. — Não só posso, como fiz.
Eu permaneci em silêncio. A respiração de Camila se misturava a minha e seu hálito quente batia em meu rosto. Não resisti. Fechei os olhos esperando seus lábios encostarem os meus. Eu estava ansiando tanto por aquele contato que chegava a doer. Camila desviou o caminho da minha boca e se aproximou do meu ouvido, sussurrando em seguida:
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All or Nothing
Romance[CONCLUÍDA] Lauren é veterana do curso de medicina de uma faculdade conceituada, que faz tudo para manter suas notas mais altas possível para manter sua bolsa de estudos, enquanto Camila acaba de iniciar seu primeiro ano, com uma faculdade sendo tot...