21 - Drunk

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POV Camila Cabello

Saí do banheiro praticamente correndo e esbarrei em tudo quanto foi gente. Cheguei ao bar e praticamente me escorei no balcão, pedindo por uma dose de tequila. Mandei uma mensagem pra greeneyes sem pensar se ia me arrepender disso depois. Eu só queria uma pessoa com quem eu pudesse conversar sobre isso cara a cara sem que me julgasse, e eu sabia que ela seria a pessoa perfeita para isso. Virei o shot de tequila sem nem pensar direito. Eu só queria esquecer tudo o que tinha acontecido alguns minutos atrás. Mas algo me dizia que eu não ia esquecer. Então, eu fui até a pista de música eletrônica e por ali fiquei. Encontrei com Ally e Normani. Logo Dinah também se juntou a nós. De longe, pude ver Keaton dançando com algumas meninas em volta e quase vomitei. Eu não entendia aquilo. Lauren estava pegando aquela menina que gritara no banheiro? Eles tinham um relacionamento aberto, então? Ou ela estava traindo ele descaradamente debaixo do nariz dele? Saí da pista e fui para o bar novamente. Pedi outra tequila.

Camila, você disse que não ia pensar nisso, inferno! — me repreendi mentalmente, enquanto virava mais um shot.

Voltei para a pista, e nas horas que se passaram tentei pensar o menos possível em Lauren. Dancei com Dinah, com Normani, com Ally, com pessoas que eu sequer conhecia no meio daquela multidão. Dancei com todos ao mesmo tempo em que praticamente ignorava todos. Eu não queria focar a minha visão e ver Lauren parada na minha frente. Ariana sequer se aproximou de mim a balada inteira, e eu agradecia por isso. Provavelmente ela estaria na pista de música ao vivo, era o estilo preferido dela, já que a própria tocava violão.

Quando já batia as 4hrs da manhã, e a bebida já tinha parado de fazer efeito, resolvi ir pra casa. Normani quis ficar, obviamente. Ally também ficou, já que estava de paquera com um garoto do tamanho de uma porta. Fiquei imaginando ela tendo que pular em cima dele toda vez que o quiser beijar, afinal, Ally era muito baixinha. Uma baixinha fofa, mas uma baixinha. Já Ariana eu sequer sabia onde estava.

Saí da balada e peguei um taxi. No caminho de volta para casa as lembranças me atingiram de novo. Dessa vez eu não tinha bebida nem música alta pra interrompê-los. Aquele beijo... Céus, aquele beijo... Foi a melhor coisa que já me aconteceu. Aqueles lábios pressionados nos meus. Eu não sabia o que diabos estava acontecendo. Eu mal tinha dado o meu primeiro beijo. Pior: ele tinha sido com uma menina. E depois de alguns dias, lá estava eu, atracada com uma menina dentro de uma cabine de uma boate. E tenho certeza que se não tivessem nos interrompido, teria acontecido alguma coisa ali da qual eu provavelmente me arrependeria mais tarde.

Esquece, Mila. Esquece — pensei enquanto balançava a cabeça.

O taxista parou na frente do meu prédio, eu o paguei e desci.

Como eu queria estar bêbada agora, pensei. Quem sabe assim minha cabeça gira por outro motivo que não seja aquela garota detestável.

Assim que entrei no meu apartamento, já corri direto para o banheiro. Eu estava precisando disso desde que saíra daquela cabine com Lauren.

Saí do banheiro me sentindo renovada. Joguei-me na cama e peguei o celular. Vi que tinha uma mensagem de greeneyes. Putz, eu tinha até esquecido que tinha mandado uma mensagem pra ela... Será que ela tinha devolvido zoando com a minha cara?

Abri a mensagem e não consegui não sorrir. Apertei pra responder, entretanto, antes que eu pudesse fazer isso, a campainha da minha casa tocou. Levantei-me um pouco com raiva, um pouco com receio. Quem bateria na minha casa quase 5:00 da manhã?

Ariana, se for você eu juro que... — pensei, enquanto abria a porta.

Assim que olhei para a pessoa parada na porta da minha casa, só consegui falar uma coisa:

All or NothingOnde histórias criam vida. Descubra agora