41 - Let It Go

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POV Lauren Jauregui

O show já havia acabado, mas ainda precisávamos ficar até a boate fechar, apenas para fingir que estávamos curtindo a balada tanto quanto eles. Pra falar a verdade, eu não me importava. Mas, naquele dia havia acontecido tanta coisa que eu estava exausta.

O último garoto bêbado saiu pela porta da frente da balada e todo mundo relaxou. Eu, que estava sentada no palco, com uma garrafa de Smirnoff na mão, apenas tombei para trás e deitei-me nele. Abri os braços e encarei o refletor que havia ali em cima, pensando em tudo o que havia acontecido.

Eu, passando os melhores dias da minha vida naquela cabana; Nós abrindo um processo para que eu voltasse à faculdade; CeCe dizendo que gostava de mim, mas que ela não me merecia.

Respirei fundo e vi uma sombra se aproximar de mim.

— Alguém já disse que você é muito estranha? — ouvi a voz conhecida de Nicole perguntar.

Eu ri.

— Alguém já disse que é feio atrapalhar o pensamento alheio? — perguntei de volta, ouvindo a risada gostosa dela. Apoiei-me nos cotovelos e a encarei. Ela estava em pé, na minha frente, com os braços cruzados.

— Você tava ótima no show — ela disse, sorrindo. — Quem diria que você tem outro talento que não seja tropeçar nas coisas dos outros.

Eu sorri na direção dela.

— Gostou do show? — perguntei. Eu adorava quando elogiavam o meu show. — Qual música você gostou mais?

— Música? — ela perguntou. — Não era bem da música que eu estava falando... — E então, ela sorriu daquele jeito sacana e se virou de costas, pegando sua mochila e partindo na direção da saída. Eu não consegui não encarar sua bunda enquanto ela ia embora. — Boa noite, Lauren.

Respirei fundo quando ela saiu pela porta da Bubu, e voltei a me jogar no palco. Vi a mesma sombra aparecer na minha frente. Eu levantei, já preparada para dar uns belos tapas na cara da Nicole, mas quando vi quem era, praticamente pulei do palco e fui até ela. Abracei-a fortemente e recebi um abraço de volta, tão caloroso quanto, enquanto ouvia a risada gostosa de Jennel percorrer o ambiente.

— Tá tudo bem? — perguntei, pois assim que separei-me do abraço, Jennel me lançou um sorriso triste.

— Na verdade, não — ela respondeu, com o olhar mais triste ainda. — Problemas no casamento... Será que a gente pode conversar um pouco?

— Claro que sim — respondi, sentando-me no palco e puxando-a para perto de mim.

Fiquei conversando com Jennel durante uma hora mais ou menos. Ela disse que havia saído de uma série de brigas com o marido dela, Lucas, e que não aguentava mais o fato de ficar respirando o mesmo ar que ele por muito tempo. Por isso, tinha saído no meio da noite enquanto ele e sua filha dormiam, porque precisava espairecer... E acabou que o caminho dela foi dado para a Bubu, porque ela queria alguém para conversar, e sabia que podia ser eu.

Depois de me despedir de Jennel, fui para a minha casa de ônibus, afinal, já eram mais de 5h da manhã e os ônibus já haviam voltado a funcionar em São Paulo.

Apaguei na minha cama que nem vi.

Quando acordei deixei algumas mensagens para Camz, mas o dia foi passando e ela não me respondia. Resolvi deixar... Vai que ela precisava de espaço pra pensar sobre tudo o que tinha acontecido entre a gente naquela cabana. Tentei ligar para ela, mas o telefone caía em caixa postal o tempo inteiro...

Quando bateram 17h00, decidi pegar meu violão e ir para a Bubu. Era sábado e eu tocaria novamente.

Oi, aqui é a Camila. Deixe sua mensagem — ouvi essa gravação pela vigésima vez, e respirei fundo.

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