POV Lauren Jauregui
— Filha da puta! — Nicole xingou, assim que eu a abracei por trás e rocei meu nariz na nuca dela, fazendo-a se arrepiar inteira, derrubando o copo com o drink que estava preparando e o espatifando em mil pedaços na bancada da Bubu.
Eu saí gargalhando dali e fui até o palco, ouvindo os xingamentos dela.
Como previsto, tínhamos chegado muito tarde naquele dia em que estávamos na casa dela. E no outro, e no outro...
Já faziam alguns dias que eu não tinha notícias da Camila, e eu estava fingindo que não me importava muito bem, obrigada. O mais próximo de contato com ela que eu tive foi quando recebi um e-mail de Alejandro, dizendo que eu precisava comparecer ao tribunal alguns dias antes. Eu compareci e foi bem simples. Ele apresentou o caso, o juiz fez algumas perguntas, eu apenas respondi. Ariana foi também, respondeu à algumas perguntas, tomou a culpa pelos erros que tinha cometido e eu de certa forma fiquei agradecida por ela estar tentando tanto reparar as coisas.
Eu e Nicole estamos muito mais do que conversadas sobre o fato de não termos nada sério e eu agradecia por isso. Eu gostava da amizade colorida que ela me oferecia. Ela era uma ótima amiga, da qual eu até falava muito a respeito da Camila (e ela sempre ouvia e dava opinião), e uma amante que não me deixava ficar na seca.
Isso era ótimo, não era?
Não, não era.
Perdi as contas de quantas vezes fiquei rolando na cama, pensando nos olhos de Camila, nos lábios, no corpo, na voz rouca quando chamava por meu nome, nos gemidos... Era uma tortura, e eu a odiava mais ainda por isso. Enquanto à Nicole, ela ainda continuava meio que um mistério para mim. Acredita que ela não me disse o sobrenome dela até hoje? Mas eu não iria pressioná-la. Ela que me dissesse quando quisesse. Mas, que isso me deixava preocupada, deixava.
Eu estava tirando algumas notas no meu violão quando ouvi um barulho do lado de fora da boate. Levantei imediatamente e larguei meu violão de lado. Naquele dia, eu e Nicole havíamos chegado cedo na boate. Só estávamos lá eu, ela, os seguranças e o dono do lugar, que ficava no escritório, na parte de cima, que provavelmente deveria estar completamente alheio à qualquer movimentação na parte de baixo.
Nicole levantou os olhos na direção da porta e sequer se mexeu. Colocou o copo do drink que ela havia preparado no balcão e respirou fundo.
— VOCÊ SABE COM QUEM VOCÊ ESTÁ LIDANDO? — ouvi um homem esbravejar na frente da boate. — VOCÊ SABE QUEM SOU EU?
Andei até a porta da boate e vi Alex, um dos seguranças da boate, barrando o homem de entrar na boate.
— Licença, Alex, o tá acontecendo? — perguntei para o negro alto que estava na porta, ele me olhou de volta.
— Esse maluco tá querendo entrar na boate — ele respondeu para mim. Então, se voltou para o homem, e com toda a educação que teve, disse: — Nós sequer estamos abertos, senhor. Volte mais tarde.
— Você não tem ideia de quem sou eu, não é? NÃO É? — ele esbravejou. Alex apenas levantou as sobrancelhas.
— Quem é o senhor? — perguntei.
— Quem sou eu? — ele perguntou de volta. — Quem é você?
Revirei os olhos. Odeio gente prepotente.
— Meu nome é Lauren — respondi. — O senhor disse que sua filha está aqui dentro. Eu posso te ajudar caso o senhor pare de ser prepotente. Tenha o mínimo de educação e me fale o seu nome.
— Você não sabe quem sou eu? — ele perguntou.
Forcei a memória. Aquele rosto era realmente conhecido. Mas de onde? Então, uma luz me veio.
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All or Nothing
Romance[CONCLUÍDA] Lauren é veterana do curso de medicina de uma faculdade conceituada, que faz tudo para manter suas notas mais altas possível para manter sua bolsa de estudos, enquanto Camila acaba de iniciar seu primeiro ano, com uma faculdade sendo tot...