54 - Just A Game

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POV Lauren Jauregui

Camila rodou a garrafa pelo que parecia ser a quinquagésima vez.

O jogo era "Verdade ou Desafio", mas as verdades já tinham se esgotado logo nas duas primeiras rodadas, assim como aquela garrafa de vodka tinha ido embora lá pela quinta rodada.

E a garrafa de tequila tinha ido lá pela décima.

E aquele outro engradado de energético tinha ido embora junto com outra garrafa de vodka lá perto da décima quinta rodada.

Ríamos sem saber o por quê, mas eu estava feliz. As coisas pareciam estar finalmente se encaixando na minha vida. Eu tinha minha profissão; meu internato em um dos hospitais mais famosos de São Paulo; a garota que eu amava estava ao meu lado; e eu tinha a melhor amiga que alguém poderia sonhar em ter.

Apesar dos sorrisos bobos, já sentia os resquícios de bebida irem embora e a minha consciência ser retomada. Mas ainda assim, eu não quis abandonar o jogo.

A garrafa caiu em Nicole. E Camila deu um sorriso sacana na direção dela.

— Nicole, o seu desafio é... — ela começou, depois fez uma expressão pensativa. E então, sorriu perversamente, como se tivesse acabado de ter uma ideia genial. — Eu quero que você faça Lauren gemer.

Eu arregalei os olhos, e Nicole apenas riu mais do que tinha rido a noite inteira.

— Ok! — ela exclamou. Então, levantou a perna e deu um chute na minha. Gemi de dor e acariciei a mesma. — Pronto!

Camila sorriu.

— Não, idiota! — ela exclamou. Desde quando Camila e Nic eram íntimas assim eu não sabia. Às vezes a culpa foi a volta dela ao Brasil. Ou às vezes a culpa foi a Jose Cuervo que tínhamos aniquilado pouco antes.

— Hmmmmm — Nicole resmungou, ficando de joelhos no chão. — Então, Camilinha, você quer que eu faça a sua mulher gemer de prazer na sua frente?

Camila deixou escapar um sorriso sacana. Já eu, me apavorei um pouco. Eu não sabia se aquilo era o que ela queria mesmo ou se era o efeito que a bebida estava causando nela. Vai que ela acordava amanhã me batendo na cara por não ter impedido isso?

— Camila — chamei-a. — Tem certeza disso?

— Relaxa, Lolo — ela disse para mim.

— É sério, Camila, tem certeza disso? — Nic perguntou do outro lado.

Camila bufou de indignação, mas logo deu um sorriso torto na direção de Nicole.

— Acha que não consegue? — ela perguntou à Nicole, que comprimiu os olhos e deu um sorrisinho besta. Logo depois, Nicole veio na minha direção.

Pensei em gemer só para acabar com aquela brincadeirinha, mas não o fiz. Deixei que ela tentasse de verdade. Não que eu precisasse de provas. Eu tinha minhas histórias e minhas comprovações de que Nicole conseguia me fazer gemer com bastante facilidade.

Ela se inclinou na minha direção e trouxe sua boca até o meu pescoço, roçando-a ali. Meu corpo inteiro reagiu ao contato e eu quase gemi de satisfação ali mesmo, mas não queria dar o gostinho à Nicole. Eu já podia até ouvir as piadinhas que ela iria fazer pelo resto da minha vida do quanto eu era fácil.

Então, Nicole se apossou de meu pescoço com a sua boca, cravando seus dentes de leve em meu pescoço. Suspirei e abri os olhos levemente, encarando Camila do outro lado da mesa de centro. Ela estava com o lábio inferior entre os dentes e mantinha seu olhar fixo nos movimentos de Nicole e nas minhas reações à eles.

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