All or Nothing

15 - Insônia

POV Camila Cabello

Assim que Lauren voltou para o quarto, me deixando nada menos que uma frase, no mínimo, provocativa. Minha mente começou a trabalhar freneticamente. Ok. Eu era ingênua pra muita coisa. Mas quando Lauren simplesmente jogou na minha cara que ela poderia fazer algo que eu quisesse, eu saquei na hora o que ela estava querendo dizer. Ou será que não? Ela podia estar apenas brincando, não podia? Afinal, Lauren tinha namorado. Namorado. Com "o" no final. Mas espera, o que eu estava pensando? Eu também gostava só de homem!

Mas ela nunca disse que gostava só de homens, Camila — um lado do meu cérebro disse.

Tentei dispersar esses pensamentos da cabeça. Eu precisava dormir, e não estava conseguindo fazer isso naquele sofá. O sofá era confortável, claro. Mas pra se sentar, não pra se dormir. O problema é que eu passei boa parte da minha vida me acostumando a dormir em colchões de primeira qualidade. Daqueles que você praticamente afunda, sabe? Entretanto, grande parte da demora se dava ao fato de eu não saber se eu iria conseguir dormir no meu colchão hoje. Já que agora ele continha um fator não esperado.

Resolvi parar de pensar e me levantei, me encaminhando até o meu quarto. Abri a porta devagar, pois pensei que talvez Lauren já estivesse dormindo e presenciei uma cena que eu não estava esperando. Lauren estava deitada na cama, com a camiseta puxada até a cintura. E como ela usava apenas uma calcinha, sua bunda estava completamente amostra.

A minha primeira reação foi colocar as mãos na frente dos meus olhos para não vê-la mais. Provavelmente eu estaria invadindo a sua intimidade, mas depois de alguns segundos daquela forma e de nenhuma reação vinda da outra parte, abri um pouco os meus dedos e olhei entre eles, procurando por algum protesto vindo da parte dela. Entretanto, ela parecia já estar dormindo.

Eu não sabia o que diabos tinha acontecido depois de eu ter pego Lauren naquela posição na minha cama, mas eu definitivamente não ia conseguir dormir com aquele pijama de frio que eu estava usando. Então, me encaminhei até o meu guarda-roupas e peguei uma camiseta e um shorts. Meu cansaço não permitiu que eu fosse até o banheiro para que eu me trocasse, então me troquei ali mesmo no quarto, e logo depois, fui para a cama.

Deitei bem devagar para que Lauren não acordasse, e puxei a coberta dela para cima de mim. Estávamos tão próximas que eu podia sentir aquele cheiro embriagante que ela tinha. O mesmo cheiro da jaqueta que me fizera companhia em todas aquelas noites nos últimos dois meses. A respiração dela estava calma, já a minha, o mais ofegante que um dia já estivera. Eu não sabia por que diabos aquela menina me deixava daquela forma. Ela tinha uma expressão risonha, quase como se estivesse sorrindo por alguma coisa, e uma mexa de seu cabelo caía sobre o seu rosto.

Levei minha mão esquerda até a mexa e a retirei do seu rosto.

Bem melhor assim — pensei. — Que garota linda.

O seu cheiro já tomava toda a extensão da cama. Eu já me via no dia seguinte dormindo abraçada com aquele travesseiro. Mas eu precisava de mais.

Aproximei-me do rosto dela, quase que o colando com o meu e pude sentir sua respiração tranquila. A boca dela estava tão próxima que fazia o meu coração bater descompassado. Eu ainda precisava de mais.

Eu estava fora de mim. Segui como em câmera lenta até o seu pescoço. O contato com ele fora involuntário. Eu apenas queria sentir mais um pouco do seu cheiro, não encostar nela em si (ou queria?). O atrito das minhas bochechas com a sua pele fez o meu corpo inteiro estremecer. Eu não tinha ideia do que estava acontecendo, mas ainda assim, eu não queria parar. Encostei meu nariz em sua pele e inalei mais do seu perfume, me sentindo ir ao céu e voltando em menos de cinco segundos. Só parei quando encostei meus lábios em seu pescoço, depositando um beijo calmo ali. Enquanto eu fazia isso, notei a respiração de Lauren mudar. Ela estava acordando.