Running After Freedom

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Afundou a cabeça no travesseiro. Queria poder esquecer de tudo, mas as lembranças sempre insistiam em retornar na sua mente.

O que Chloe dissera uma vez. Que uma escolha podia a destruir. E foi o que aconteceu. Odiou ter tido curiosidade e ter dado naquilo. A Marca criou uma barreira entre ela e seus amigos, e pensou se um dia ainda conseguiria a derrubar. Se um dia tudo aquilo terminaria e ela pudesse ser livre. Se poderia fazer o que quiser e não carregar um peso nas costas.

Lembrou do irmão, com a pele extremamente pálida, círculos negros ao redor dos olhos e uma responsabilidade enorme em a ajudar. Será que Nathaniel um dia já fez algo espontâneo? Será que ele já se permitiu a fazer algo que nosso pai não permitisse só por vontade? A única coisa que veio em sua cabeça foi o ato de rebelião ao ajudar a Ordem. Ela que deveria estar ajudando e não ele.

Duvidava que Draco Malfoy dormisse com a consciência limpa à noite. No entanto, tinha a certeza que ele não se sentia culpada como ela. Ele não tinha amigos que faziam parte da Ordem, então não poderia ter medo de ser acusada de traição. Que era o que ela faria no final. Não poderia deixar Nathaniel, sangue do seu sangue, depois da Batalha. Ele seria julgado como Comensal, apesar dos seus pequenos serviços à Ordem, pois ele tinha a Marca. Assim como ela.

Seus medos eram inferiores aos seus constantes pesadelos, cada vez piores. Era o preço dos poderes dela e nada poderia vir fácil. Cada vez estava melhorando, e isso se devia à perspicácia de Nathaniel e, por incrível que pareça, seu pai a estar estimulando. Lá no fundo, sabia que ele fazia isso para a depois a usar como arma. Mas isso não era o que ela era? Uma arma do Lorde das Trevas, mas poderosa que qualquer bruxa da idade dela e não tão poderosa quanto o sonserino. Às vezes ela própria se esquecia que era humana, quando sempre tentava andar na linha, não cometer erros e sempre ser perfeita.

E ela amava o novo corte de cabelo dela. Desapegou fácil das longas madeixas loiras que caiam sobre seu corpo. A antiga Elena tinha longos cabelos, mas a de agora não. Não tinha a mesma vivacidade nos olhos como antes, nem o mesmo brilho da pele. Estava exaurida, e sabia que toda aquela dor havia a deixado mais forte. Porque era assim que as coisas funcionavam. As pessoas geralmente aprendiam por experiência, e isso incluía a tão temida dor.

Murmurou um feitiço com a varinha apontando para o próprio rosto. Então se olhara no espelho. Estava um pouco melhor que antes. Já pensara em usar suas habilidades em si própria, mas não era assim que funcionava. Esperava a hora que Voldemort estivesse fraco e a ela fosse incumbida a tarefa de cura-lo. Imaginava ser forçada à falsa devoção, àquela tortura que era a vida de alguém que seguia o Lorde das Trevas fielmente.

E então pensou em Bellatrix. A Lestrange era doentia em todos os sentidos. Pensou se essa personalidade doentia dela não havia começado mais cedo, na infância ou adolescência da mulher.

Balançou a cabeça, afastando os pensamentos. Agarrou nas extremidades da pia, e sentiu pontos pretos invadirem a sua visão. Cerrou o punho, e esperou a dor na cabeça passar. Escutou leves batidas na porta e sussurrou para a pessoa entrar, já que não poderia ir até lá.

—O que aconteceu? —uma voz que identificou ser de Nathaniel, perguntou com preocupação.

—Nada demais. —ela respondeu, suspirando.

—Se você não quer contar, está bem...—O irmão disse. Elena o olhou, ele tinha o cabelo bagunçado e olhos brilhantes. Algo tinha acontecido, Nathaniel não ficava assim por nada.

—Eu que deveria te perguntar —disse, ainda o olhando. —O que aconteceu?

—Eu...—abriu um sorriso que não conseguira conter. —Eu consegui, Elena, eu consegui!

Radioactive (Draco Malfoy Fanfiction)Onde histórias criam vida. Descubra agora