52 capítulo

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BK pov.

Fiz macarrão ao molho branco, batas fritas e salada de tomate, fui pra sala e a Bia falava com o Yuri.

Bia: como assim filhos ?

Sentei do lado da Bia e coloquei a mão em sua coxa.

Yuri: teve um tempo, eu namorei com uma menina chamada Anika durante um bom tempo, até que ela se mudou e foi pro Canadá, fiquei 7 anos sem falar com ela até que ela conseguiu meu telefone e contou pra mim que tinha um filho de 6 anos, ela pagou a passagem pra mim e eu fui visitar eles, fizemos o teste de dna e deu positivo, convenci a Anika a vir morar comigo e agora eles estão fazendo compras lá no asfalto.

BK: eu lembro da Anika, ela era um pouco puta mais depois que você chegou no morro ela aquetou, mas nunca imaginei você sendo pai.

A babá da Ana desceu as escadas.

Baba: a Ana esta assistindo desenho e os bebês estão dormindo.

Bia: obrigada, Milena, depois eu acerto, ta bom?

Ela assentiu e foi embora.

Yuri: que bebês, adotaram mais crianças ?

BK: como você, eu também sei fazer filhos, e muito bem feitos.

Bia: olha, vou comer.

Ela foi pra cozinha.

Yuri: quantos filhos ?

BK: um casal e a Ana.

Yuri: parabéns, cara, você tem sorte.

BK: você também tem.

Yuri: mais a Bia te ama né, eu pensei que quando eu voltasse ela estaria solteira e eu ficaria com ela por que desde aquele baile que eu conheci ela, essa mulher não sai da minha cabeça, mas relaxa, não vou atrapalhar vocês, faça ela feliz.

Bia: alguém quer ?

Ela entrou na sala com um prato de batata-fritas.

Yuri: não, valeu.

Ela sentou do meu lado.

Bia: cade seu filho ?

Alguem toca a campainha, levantei e fui atender a mesma.

XXX: o Yuri ta ?

BK: ta sim, entra ai.

Ela estava de mãos dadas com um garoto de uns 6 anos, achos, eles entraram e viram o Yuri na sala, o menino correu ate ele.

XXX: papai, a mamãe me disse que vamos morar juntos, é verdade ?

Yuri: é sim filho, olha, essa daqui é a Bia.

XXX: essa é a moça bonita de que você me falou ?

Lancei um olhar pra ele.

Yuri: é sim, mas agora temos que ir pra casa.

XXX: tchau, tia.

Ele acenou pra Bia que fez o mesmo, eles vieram ate a porta.

XXX: tchau, moço.

BK: tchau.

Eles sairam, fechei a porta e fui ate a Bia, logo a Ana desceu as escadas com um urso nas mãos e veio ate nós.

Bia: o que foi, princesa ?

Ana: não quero ficar la no quarto sozinha, tenho medo.

BK: vem aqui.

Peguei ela no meu colo.

BK: do que você tem medo ?

Ana: eu sonhei que vocês me colocaram pra durmir e quando acordei não tinha ninguém aqui, nem os nenê.

Ela começou a chorar.

Ana: eu não quero ser abandonada.

Bia: ei, princesa, fica calma, eu nunca teria coragem te te abandonar.

BK: nem eu, mesmo você sendo uma coisinha implicante.

Ela sorriu enquanto eu apertava sua bochecha.

Bia: vem, vou te colocar pra dormir.

Ela pegou a Ana no colo e subiram as escadas, fui na cozinha, bebi um copo de água, fui ate meu quarto e tomei um banho rapido, coloquei uma cueca box branca e shorts tactel azul, fui ate o quarto dos bebê, olhei nos berços e so a Loh estava acordada, peguei ela no colo e sentei em uma cadeira que tinha ali.

BK: você é linda, igual sua mãe, sabe, espero que você tenha muita sorte, sua mãe não teve muita sorte, olha ela aqui, noiva de um traficante bipolar e feio, e ela ? Bem, ela é incrível, aquele corpo é maravilhoso e o sorriso dela é mais lindo ainda, ela podia estar la em Londres agora casada com um bilionário e tendo uma vida normal mais ela ta do meu lado e nesse ponto eu tenho muita sorte.

Ela deu uma risadinha, coloquei ela no berço, senti o perfume doce e ao mesmo tempo provocante da Bia, me virei e lá estava ela com os olhos cheios de lágrimas.

Bia: eu tenho muita sorte sim, eu estou do lado da pessoa que eu mais amo e tenho três filhos lindos, não tem problema que você é traficante, também ja me acostumei com sua bipolaridade, mais uma coisa eu sei, você não é feio, é um gato, isso sim.

Eu fui até ela e a abracei, segurando meu mundo.

BK: eu te amo, tanto.

Bia: eu te amo, muito mais.

Ela segurou meu rosto com as mãos e me encheu de beijos, enquanto eu a segurava no colo e a levava pro andar de baixo.

A coloquei no balcão e ela sorria.

Bia: achei que iria me levar pro quarto.

Ela disse rindo baixo enquanto eu me afastava dela.

BK: depois, a senhorita precisa comer, tem que ficar saudável pra me ajudar com nossos filhos.

Ouvi sua risada enquanto eu ia por comida pra ela, a servi e também coloquei pra mim, sentamos no balcão e começamos a comer, talvez agora seja a hora de conversaremos.

BK: Bia ?

Ela murmurou um "hum" enquanto comia macarrão, eu sorri e a olhei.

BK: eu acho que vou largar essa vida.

Ela me olhou parecendo confusa e ainda comendo, bebeu um gole de guaraná e me olhou outra vez.

Bia: do que está falando ?

BK: sair do morro, arrumar uma casa no asfalto e virar um daqueles caras que vão trabalhar de uniforme e brigam por uma vaga no estacionamento.

Ela riu baixo e se virou de frente pra mim.

Bia: abandonar o morro ?

Eu acabei com a cabeça.

Bia: isso parece uma boa ideia, amor, mas, você lutou tanto pra estar onde está agora, e... e, também, não é fácil assim, a polícia ainda te odeia, você ainda tem rivais pela cidade.

Eu segurei suas mãos e a olhei, ela tem razão, tem muita coisa em jogo ainda.

BK: tem razão, morena, pode ser perigoso pra nós todos se eu fizer isso, né?

Bia: mas, se é o que quer, eu apoio você, amor.

BK: não, vamos ficar como estamos, se as coisas mudarem, eu não sei o que esperar, mas assim, eu sei, é melhor proteger vocês em um ambiente que eu conheço.

Ela deu um sorriso e me abraçou.

Bia: não importa o ambiente, o importante é eu e você, juntos, com nossos filhos.

Eu a abracei de volta.

BK: você tem razão.

♦ Menina bandida ♦Onde histórias criam vida. Descubra agora