YEYEYEY triplo update. UAU estou mesmo entusiasmada com isto. Se não gostarem avisem, e se gostarem partilhem pff
xxxx ;)
Sof xx
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- Desculpe, senhor Padre, mas não tenho tempo.
- Já tinha calculado. Olhou para o relógio uma dezena de vezes, pelo menos.
Nesse momento conclui que tinha sido completamente indelicada e fui dominada pela necessidade irresistível de me justificar.
- Não é só hoje. Em geral, nunca tenho tempo. Quero dizer, esse texto podia ter sido escrito para mim… “um lugar onde o tempo não terá significado… um segundo parecerá uma eternidade”.
- Não compreendo – o padre sorriu, arqueando as sobrancelhas.
Eu não senti à vontade de estar ali daquela maneira, a abrir por completo o coração a um perfeito estranho, mas ele estava a induzir-me a isso e eu sentia-me demasiado cansada para resistir.
- Quando era criança, estive quase a morrer, e tenho este tipo de obsessão, tudo relacionado com… o tempo a esgotar-se.
Ele cerrou os lábios.
- Porque é que uma coisa dessa preocupa uma pessoa tão jovem?
- Bom… há tantas coisas que quero fazer e não sei se terei tempo para todas elas.
- Antes de quê?
“Antes de morrer á claro”. Mas não disse isso, limitando-me a ficar sentada no banco duro, sem parar de me mexer e a tamborilar no mostrador do relógio.
- Quer o meu conselho?
Não queria, mas acenei-lhe afirmativamente com a cabeça, de qualquer maneira. Já estava a pressentir o sermão.
- Tente aceitar que nunca existe tempo suficiente… para nenhum de nós… por isso, utilize o melhor possível aquele que tem. Todos vivemos um tempo que pedimos emprestado… que pedimos a Ele próprio.
- Tempo emprestado – repeti inexpressivamente.
- Porque a vida que agora vivemos não é o filme propriamente dito… é apenas um trailer.
O padre perscrutou a minha cara com uma atenção que me fez sentir pouco à vontade.
- O seu irmão veio alguma vez a esta igreja? – Perguntou ele inesperadamente.
- Não sei, senhor Padre. Porquê?
Ele franziu o sobrolho.
- Há pouco tempo, um jovem andou a ver a estátua de São Pedro; ela pareceu deixá-lo bastante impressionado.
- Mas… o que o leva a pensar que se tratava de Harry?
- Só agora me ocorreu isto, mas… as vossas feições são notoriamente semelhantes.
Senti um calafrio na espinha. Harry tinha estado ali. Eu continuava a seguir-lhe os passos: o apartamento, a torre do relógio e, agora, aquela igreja.
- Falou com ele? – Perguntei.
O padre abanou a cabeça.
- Não me aproximei dele, pensando que desejava um tempo de contemplação sozinho.
Ergui-me do banco e aproximei-me da estátua, com os passos a ecoarem no espaço cavernosos. Queria estar no mesmo ponto onde Harry estivera, e fitei a estátua de São Pedro à espera de uma inspiração.
O padre veio atrás de mim.
- O seu irmão está com algum problema?
Soltei uma gargalhada artificial, desejando saber a resposta.
- Tudo isto pode não passar de um jogo estúpido. O Harry anda desaparecido. Deixou algumas pistas para serem seguidas e uma chave que aparentemente não serve em nenhuma fechadura.
O padre voltou a sorrir.
- Então vamos esperar que ela tenha o mesmo fim que o das chaves entregues ao próprio São Pedro no evangelho… as chaves do reino dos céus.
O meu sorriso de resposta foi absolutamente constrangido. Andava há muito tempo a escapar à dieta da minha mãe de me impor a religião à força e, naquele momento, parecia estar novamente a ser arrastada para o mesmo. Mais, a ideia de me permitirem aceder ao reino dos céus era simplesmente demasiado embaraçosa para a exprimir por palavras. Murmurei por entre dentes um obrigado pouco efusivo e ele estendeu-me a mão para a apertar, mas eu limitei-me a roçar-lhe na ponta dos dedos como se tivessem qualquer coisa de sórdido. Tudo aquilo se tinha tornado pessoal demais para o meu gosto. Encaminhei-me para a porta.
- Adeus, Catherine.
A voz dele fez-me estacar de repente. Virei-me, com as sapatilhas a fazerem um som estridente no chão de madeira.
- Como é que sabe?
Ele apontou para o pescoço. Eu trazia um fio de ouro ao pescoço onde estava suspensa a letra C, um presente do meu pai. Costumava andar escondida, mas devia ter deslizado para fora da T-shirt.
- Ninguém me chama assim- disse eu. – Uso o nome do meio, Jessy. E como adivinhou que era Catherine?
Ele sorriu.
- Foi uma inspiração. Eu já tinha calculado que a sua mãe lhe teria dado o nome de uma santa. Fez o sinal da cruz ao entra na igreja e ajoelhou-se perante o altar.
- É apenas o hábito…
Enquanto me debatia com a porta pesada, consegui detetar uma ligeira presunção, quando ele me gritou:
- Mesmo assim, Catherine. Bem-vinda de volta.
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Não olhes para trás
FanfictionDurante toda a sua vida Jessy foi atormentada por Harry, o seu irmão manipulador. Agora ele desapareceu; no entanto, não parou de a perturbar. Quando a sua mãe autoritária a obriga a ir á procura do irmão, Jessy encontra uma série de pistas sisnistr...