Capitulo 3 - parte I

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Peço desculpa pela demora, mas estou no 12º ano e tenho que me concentrar um pouco mais nas aulas, principalmente em Matemática. Não vou empatar mais, espero que gostem carrots xx

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- Emproado, arrogante, convencido, machão… - aminha tirada só acabou quando esgotei os insultos.

Louis olhava para mim a abanar a cabeça de espanto.

- Ele está num país estranho, Jessy, não conhece o sistema e tu passas-lhe uma descompostura só por estar parado atrás de ti.

- Estava perto de mais para o meu goto e não me agradou o comportamento dele- sorri com relutância ao reparar na expressão atónita de Louis. Eu tinha um comportamento problemático e sabia disso. Deslizei com a ponta dos dedos pelo braço dele. – Ele referiu-se ao tempo. Tu sabes o quanto isso me afecta.

- Eu sei – disse Louis a acalmar-me. – a tua obsessão é um bocado… invulgar.

- Quase morri quando era criança, recordas-te? Se calhar, ainda continuo a fugir á morte.

- Tu és completamente estranha – comentou Louis. – É isso que eu adoro em ti.

Desviei o olhar, pouco á vontade.

- É sempre mais tarde do que imaginas – repeti em tom de troça, ainda furiosa com o desconhecido. – Como se fosse preciso lembrarem-mo. Aquele tipo parecia um estranho profeta da desgraça.

Louis ergueu o sobrolho.

- A maioria das pessoas não está a analisar o tempo como se fosse o seu último dia na terra.

- Bom, mas deviam. Passámos trinta e três minutos naquela esquadra da policia, uma perda de tempo que não nos levou a lado nenhum.

- Jessy, tens de ir ao psiquiatra.

Fiz uma careta.

- O psiquiatra é para o Harry… a minha mãe não me considerou suficientemente importante para ter um.

Chegámos ao prédio de Harry, digitei o código de entrada com impaciência e subi as escadas a correr, de três em três degraus. Abri a porta e absorvi a brancura das paredes e o espaço imaculado, sem coisa alguma fora do lugar.

- Estás a ver, Louis, eu não tinha exagerado. Isto podia ser a cela de um monge, e a cama está feita como num hospital, com a roupa tão entalada que não se consegue entrar lá dentro.

- É bastante impressionante – concordou ele.

- Não é?

Louis passou a mão pelo cabelo com um ar pensativo.

- Não me ocorre nenhuma explicação.

- Passou-se alguma coisa estranha aqui - insisti.

- E em relação aos amigos do Harry? Antes de fazermos mas alguma coisa, devíamos falar com eles.

Revirei os olhos.

- Na verdade, ele não tem nenhum. É uma pessoa tão imprevisível… num momento, divertido e cheio de energia, no seguinte, agressivo, e depois, deprimido. Pouca gente aguente isso.

Louis estendeu a mão para me afastar a franja dos olhos, e eu recuei instintivamente.

- Se a policia não vai fazer nada, então… devíamos revistar o apartamento e procurar pistas.

- Eles disseram que podíamos fazer uma participação de pessoa desaparecida.

- Sim, sim… eu falo nisso à mãe, mas ela não vai ligar. Aquilo que ela espera é o que o país inteiro esteja em alerta máximo e que accionem uma gigantesca caça ao homem… no mínimo. Agora vem dar-me uma ajuda.

Não olhes para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora