Peço desculpa por não ter postado ontem, mas estava super cansada e quando cheguei a casa, jantei e deitei-me logo. Bom qui está mais um capitulo e se tiverem algumas perguntas, estejam à vontade.
Espero que gostem.
xx
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- O quarto onde ele ficava está ocupado neste momento. E todos os quartos são limpos antes de chegar o próximo ocupante.
- Ainda assim, será que podíamos dar uma vista de olhos? – Insisti. – O meu irmão desapareceu e andamos à procura de qualquer coisa que nos ajude a encontrá-lo.
Depois de um momento de hesitação, a mulher anuiu com um aceno de cabeça. Seguimo-la pelo corredor reluzente com um cheiro a antisséptico que me fez lembrar um hospital. Ela abriu uma das muitas portas e fez-nos entrar para um quarto espartano dotado de uma única janela minúscula. Deteve-se na ombreira a observar-nos, enquanto dávamos uma olhadela por ali. O atual ocupante tinha muito poucos pertences que pudéssemos deixar em desordem. Passei imediatamente o olhar pelas paredes à procura de alguma coisa escrita e espreitei por baixo da armação da cama de ferro. Vasculhei o caixote do lixo, sabendo de antemão que devia ter sido despejado. Louis examinou a cómoda, o único móvel do quarto. Depois, abanou a cabeça.
A mulher entrou e parou junto á janela, olhando em direção ao céu.
- O seu irmão é muito observador. . Se esticar a cabeça consegue avistar uma fila de estorninhos pousados no telhado vizinho. “Como soldados numa parada”, dizia ele. Nunca tinha reparado neles, mas, agora, gosto de os comtemplar.
- O Harry gosta de pássaros – confirmei com um ar apático.
Fiz uma careta a Louis, não havia nada ali, e eu já tinha reparado que a porta não tinha buraco de fechadura. Preparava-me para sair, quando algo me fez voltar para trás. Era impensável que Harry me fizesse vir para tão longe e me deixasse ir embora de mãos vazias. Devia haver qualquer coisa em que não tinha reparado. Meti a mão no interior das fronhas e puxei a roupa da cama para trás. A seguir, apalpei o colchão destapado de uma ponta à outra e, mais próximo dos pés da cama, ouvi o estalido suave de um papel. Senti o sangue latejar. Introduzi a mão por baixo, tateei à volta e extraí um jornal enrolado. Procurei a data. Era de há dezoito dias. Desenrolei-o com cuidado. O jornal estava dobrado na secção dos empregos e havia um anúncio com um círculo em volta: OPORTUNIDADE PARA MUDAR DE VIDA NA ACASA BENEDICT. Louis não tirava os olhos de mim, mas eu continuava imóvel. Sentia um formigueiro no corpo. Nesse momento, Harry parecia estar muito próximo, como quando brincávamos ao nosso jogo em crianças e ele se punha do outro lado da esquina à espera que o encontrasse. Era uma sensação completamente estranha. Recompus-me e mostrei o jornal a Louis.
- O anúncio salta à vista, não é? – Observou ele, com o rosto franzido.
Olhei para o teto, pensativa.
- Nem sequer sei o que é ou onde fica a Casa Benedict. Não está o número de telefone nem a descrição do trabalho.
- É uma casa particular – informou a mulher numa voz aflautada -, possivelmente a mais antiga da região. Estou admirada de não terem ouvido falar dela.
- Não nos interessamos por ruínas – afirmei.
Louis lançou-me um dos seus olhares.
- Sabe alguma coisa sobre ele? – Perguntou ele delicadamente.
- Muito pouco – respondeu a mulher, abanando a cabeça. – Acho que era uma casa senhorial, mas julgo que agora está degradada.
Franzi o sobrolho.
- É óbvio que não, se estão a publicar anúncios no jornal.
Entalei o jornal debaixo do braço e agradeci-lhe a sua ajuda. Louis e eu regressámos ao apartamento, com os raios de sol da tarde a arder-nos no pescoço.
- Fizemos um grande avanço – sublinhei. – Neste momento, sabemos onde o Harry trabalha… tudo o que precisamos é ir lá á procura dele.
- Não vais simplesmente aparecer de repente nesta… casa senhorial?
- Porque não? Se calhar, o Harry teve uma perda de memória temporária e precisa de recuperar. Talvez os patrões dele não saibam que ele tem família e que ela está preocupada.
Louis deixou escapar um suspiro mal disfarçado.
- Esperemos que o rasto termine por aqui, Jessy.
Enquanto íamos andando, ele pesquisou a Casa Benedict no Google, no telemóvel.
- A net não diz muita coisa sobre ela. Data do séc. XI, e a família Benedict vem mencionada no Domesday Book(1). Há aqui qualquer coisa sobre a arquitetura. É uma mistura de estilos diferentes e acrescentos posteriores: Tudor, Isabelino, Jacobino…
Olhei para as mensagens no telemóvel. Havia uma da minha mãe a insistir para que fosse a casa fazer-lhe o ponto de situação. Resmunguei.
- Chegou a hora de dar a cara.
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(1) - Livro com o registo do levantamento de terras de Inglaterra e de parte dp País de Gales, finalizado em 1086 e mandado executar por Guilherme I da Inglaterra (Guilherme, o Conquistador).
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Não olhes para trás
FanfictionDurante toda a sua vida Jessy foi atormentada por Harry, o seu irmão manipulador. Agora ele desapareceu; no entanto, não parou de a perturbar. Quando a sua mãe autoritária a obriga a ir á procura do irmão, Jessy encontra uma série de pistas sisnistr...