Capitulo 10 - parte II

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Aqui está mais um capitulo. Consegui publicar por ter feito uma pausa nos estudos. Isto de estar no 12º ano tem mt que se lhe diga. Bem, em principio no fim de semana coloco mais um e quero desde já agradecer a todas as que lêem a minha fic. 

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- Teres a tua vida própria? – Repetiu ela desdenhosa. – A vida tem a ver com cuidar da família. Se as situações fossem inversas o Harry não te abandonava.

“Só que as situações não são inversas, e o Harry está a sacrificar a minha vida.”

- Eu não estou a abandoná-lo – afirmei -, estou só a tentar que ele seja mais responsável pelo que faz.

A minha mãe optou por fazer um ar amável, com a voz artificialmente adocicada.

- Tu e o Harry eram tão chegados em crianças… toda a gente reparava nisso. Ele adorava-te, Jessy, e continua a adorar. Eu sei que ele tem os seus… problemas, mas lembra-te como era antigamente. Lembra-te da tua infância dourada.

Tentei recordar-me dessa infância dourada. Quando Harry estava bem-disposto, tudo era radioso e claro, inundado pelas cores vibrantes do arco-íris, mas, sempre que ele se punha de mau humor, o mundo tornava-se automaticamente negro. Vê-lo ficar intratável e macambúzio dava-me sempre vontade de ir a rastejar para debaixo de uma pedra e ficar lá escondida.

A minha mãe fungou.

- A que se deve essa tua mudança de atitude?

- Não me sinto bem – respondi. – Acho que a minha asma está a voltar.

Não sei o que me levou a dizer isto, já que era raro atrair alguma solidariedade sobre a minha pessoa. A minha mãe revirou os olhos de uma maneira ostensiva.

- Isso é tudo imaginação tua, Jessy – e murmurou por entre dentes – Se calar foi sempre assim.

Fitei-a indignada. Ela sabia como os meus problemas respiratórios ma tinham afetado profundamente e, agora, estava a sugerir que era tudo fruto da minha imaginação. O que era aquilo? Ainda tinha algum receio de a enfrentar, mas Louis tinha-me dado mais força e determinação para assumir o controlo. Respirei fundo.

- Mãe, o que queres dizer com isso de “se calhar foi sempre assim”?

Vi uma ponta de receio assombrara-lhe a cara.

- Nada. Falei por falar.

Não podia deixar aquilo passar. Havia qualquer coisa errada e eu tinha a sensação de caminhar sobre areias movediças. Endireitei-me.

- Se a minha asma era uma coisa tão insignificante, então, porque acordava eu sempre com falta de ar? Ainda tenho pesadelos com isso.

Ela pressionou a sobrancelha com a mão.

- Estás a ser tão exagerada neste momento como quando eras pequena, a fazer um drama de coisa nenhuma.

- Para mim não era coisa nenhuma, mãe. Lembro-me de começar ver progressivamente tudo negro… e de a garganta gorgolar enquanto me esforçava por respirar… eu sabia o que estava a acontecer; sabia que estava a morrer.

- Disparate! – Replicou ela. – Eras pequena de mais para perceber seja o que for.

- O pai levava-me a sério – disse calmamente.

A minha mãe pestanejou violentamente e cambaleou um pouco como se se sentisse desfalecer. Normalmente, este era o truque dela quando não levava a sua avante, atribuindo-o aos nervos, aos calor ou a uma dor de cabeça súbita. Surpreendida por conseguir manipulá-la a meu favor, uma vez sem exemplo, levantei-me para a fazer sentar numa cadeira, fingindo estar preocupada. Cheguei até a ir à cozinha buscar-lhe uma aspirina e um copo de água.

Não olhes para trásOnde histórias criam vida. Descubra agora