- Cap. 4 -

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      Não dormi muito essa noite. Durante a noite, senti minha cabeça doer como o inferno e quando fui tomar um remédio para aliviar a dor, senti um enjoo repentino e vomitei somente o líquido do meu estômago.

E sem contar que estava sentindo muita fome, só que nem no inferno iria levantar pra buscar algo pra comer, vai que aquele louco estava na porta me esperando só pra colocar os pés fora do meu quarto.

      Hoje acordei bem cedo pra me arrumar, seria naquele momento que meu padrasto cumprirá sua palavra de me internar num hospício.

      Assim que terminei de colocar minha roupa, meu padrasto bateu na porta avisando pra ir rápido. Obviamente, o xinguei e fui ao banheiro, faltava escovar meus dentes e pronto, partiria a um novo "lar".

      Meu olhos não me obedeceram e deixei algumas lágrimas caírem.

Tudo se tornou ruim quando meu pai morreu, agora que minha mãe se juntou com ele, pensei que teria que encarar o próprio submundo. Só espero que o hospício seja melhor que aqui.

      Mas, sinceramente, ficarei com saudades daqui.

      Destranquei a porta, com medo de que Park JaeBeom estivesse a minha espera. Ainda bem que estava sozinha naquele corredor.

      Desci as escadas e encontrei com ele, sentado no sofá, pra espalhar suas células idiotas.

- Estou aqui! - Digo firme e seca quando desci do último degrau.

- Até que enfim!

      Sabe aquela vontade de socar a cara de alguém? É o que estou sentindo nesse exato momento, e depois tacar ele num precipício.

      Andei atrás dele até seu carro. Sentei no banco de trás, se ficasse ao seu lado, bem provável que iria fazer uma de suas gracinhas.

Porém, em nenhum momento ele se atirou pra cima de mim. Desconfiei disso, afinal, nem mesmo ele esperou a morte de minha mãe pra tentar ficar comigo e quando tem a chance, não faz tal coisa.

      Fiquei o caminho todo admirando a paisagem lá fora, enquanto escutava música. Não sei se lá permitiriam celulares, então irei aproveitar com música. É a única coisa que relaxa meu psicológico.

      O carro parou num local, parecido com um hospital. Deve ser isso, estou prestes a entrar num hospício nem tendo um problema psicológico de verdade, diferente de muitos daí que necessitam.

      Ele desliga o carro, nem esperei, abri a porta da máquina, bati com um pouco de força e peguei minhas coisas no porta-malas. Mesmo com fone, ouvi Park sair do carro, pegar meu braço e me puxar pra dentro daquele lugar.

      Quando estávamos na entrada, ele parou de me puxar com força. Acho que vai deixar marca por descontar a raiva em mim.

- Bom dia! - Sínico. Fez uma voz suave e que transpareceu tranquilidade.

- Bom dia, senhor...

- Park, Park JaeBeom!

- Ah, sim! Essa é a com depressão avançada e transtorno de múltiplas personalidades?

      Depressão avançada e Transtorno de personalidade? Park, Park! Não me faça rir.

- Isso mesmo, não sei mais o que fazer, levei ela em cinco psicólogos e nada adiantou. Achei que levá-la aqui fosse uma boa ideia.

      Ah, que vontade de dar um tiro nesse infeliz!

- Entendo! Deixe-a ali no banco de espera que chamarei um funcionário pra mostrar seu quarto.

O Garoto do HospícioOnde histórias criam vida. Descubra agora