- Cap. 1 -

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Fechei meus olhos e respirei profundamente ao som de Cry To Me do Solomon. Esse homem consegue acalmar o coração e o espírito de alguém com essa voz. Era engraçado, já que a batida é sensual com uma letra um pouco triste.

Se nunca escutou essa música, pare o que esteja fazendo e vá escutar este hino. É simplesmente incrível!

Peguei um gosto de músicas dos anos 60 para 90 graças ao meu pai. Sempre que escuto alguma música retro, lembro do sorriso e das danças engraçadas que meu pai fazia junto comigo e com minha mãe.

Gostaria de dizer que ele descanse em paz, porém aposto que, da mesma forma que eu sinto desgosto, ele está sentindo desgosto de onde é que ele esteja agora.

Depois que papai se foi, minha mãe conheceu outro homem para se relacionar após três anos de sua morte. Até estaria tudo bem se esse homem não fosse um nojento, asqueroso, um verme e escroto!

Park JaeBeom, mas por conta dos amigos, igualmente nojentos e idiotas, para não dizerem porcos, pois seria uma ofensa para esses animais tão fofos e inteligentes, que ele traz aqui em casa, acabei me acostumando com Jay Park, seu apelido.

Esse cara é tão... não tenho nem palavras certas para o xingar, pois ele tentou algo comigo várias e várias vezes a força, sem contar que ele dá em cima de mulheres na frente da minha mãe! Além de ser um escroto com minha mãe, ele disse um dia para ela que transei com o vizinho quando recusei uma investida dele, e minha mãe deixou marcas roxas da surra que me deu.

Sim, esse é o nível da minha tortura.

E falando de tortura, quando iria mudar a música, escuto alguém bater na minha porta.

- Quem é?

- Sou eu, Lara!

Levantei da cama, andei até a porta e destranquei, me apoiando na batente do meu quarto.

- O que foi? - Perguntei seca, vendo minha mãe usando roupas para sair de casa e fiz careta quando senti cheiro de cigarro.

Um outro detalhe depois que minha mãe arranjou o segundo casamento, começou a fumar pra caramba. Diria que ela fuma um maço de cigarro cinco vezes ao dia. Não vejo problema em fumar, o problema mesmo é a quantidade exagerada que minha mãe fuma, e já avisei pra ela que se não parar, pode ter um câncer de pulmão cedo além da conta.

- Só vim avisar que vou no mercado. O Jay vai ficar aqui com você.

- Prefiro morrer do que ficar com esse cara sozinha. - Digo e bufo logo em seguida, e minha mãe ficar indignada com essa minha reação.

- Por que você o odeia tanto?

- Pergunta para o cara covarde lá embaixo que você chama de esposo. - Eu me alterei e levantei minha voz. - Quantas vezes tenho que repetir que ele é um nojento que só sabe se aproveitar dos outros e ainda te manipula?!

- O homem que eu amo não faria isso comigo e com os outros! Pare de ser mentirosa! - E ela também estava no mesmo tom.

- Você está cega e surda, não é possível! Claro que não vai acreditar na pessoa que quer o seu bem!

- Não! Isso é outra coisa! Só porque ele tem cara de ser da sua idade você diz essas barbaridades ao respeito do meu esposo. Claro que quer algo com ele e então, você diz mentiras.

Arregalei meus olhos e senti minha cabeça latejar pela dor de cabeça. Não aguentei, senti meu sangue ferver, ignorei minha dor e explodi de tanta raiva pelo que escutei.

O Garoto do HospícioOnde histórias criam vida. Descubra agora