- Cap. 3 -

5.9K 444 128
                                    

- Vou te colocar no hospício amanhã de manhã, garota idiota!

Pisquei algumas vezes, geralmente fico um pouco lerda quando fico tonta pela dor de cabeça. Contudo, as únicas coisas que eu sentia era descrença e estava em choque do que acabei de escutar. 

- Q-Que?

- Não pode fazer isso! - Diz a Sun, claramente indignada por tamanha estupidez que meu padrasto fez desta vez.

- Posso e vou. Lá irá perceber que sou o homem que mais precisa.

- Na sua cabeça que preciso, né? Pois eu não preciso nem um pouco da sua obsessão por mim e muito menos de um homem nojento igual você!

Ele me olha com ódio do que eu disse ao seu respeito. Salta de onde estava e vem em minha direção. Me empurra na parede, não ligando se minha amiga estava ali e segurou meu pescoço com muita força, parecendo que vai me enforcar e me matar asfixiada. SunHee tenta empurrar o homem para me soltar, porém com a mão livre pega o braço dela e faz que caia com tudo no chão.

- Escuta aqui, você ainda tem algumas horas comigo, não pense que se safou tão rápido.

Não queria deixar transparecer, mas estava com medo, muito medo.

- Se você trancar a porta de seu quarto, irá presenciar o demônio em pessoa. Está me ouvindo ou tô falando grego pra você?

Assenti, mesmo com um pouco de dificuldade por conta de toda sua força em meu pescoço.

- Ótimo! - Finalmente ele me solta e consigo respirar. - Se me derem licença meninas, estarei no meu quarto.

E ele sai da sala, como se nada tivesse acontecido. Encarei um ponto fixo no chão descrente do que tinha acabado de acontecer. Mordi meu lábio inferior para segurar um grito e chorar de raiva.

Senti os braços de minha amiga se envolverem e ouvi alguns de seus soluços.

- E-Eu sinto... mu-muito!

- *Sussurro* N-Não aguento... ma-mais isso... t-tu-tudo!

- Respira! - Ela limpa algumas lágrimas que caíram em seu rosto. - Vamos dar um jeito desse monstro não te tocar.

Assenti, mesmo com receio, medo e raiva.

      Se antes odiava meu padrasto, agora desejo com todas as minhas forças de meu ser que ele morra e tenha o pior tipo de sofrimento que o tipo de ser humano que ele é mereça sofrer.

      Tenho certeza que o inferno clama para que esse desgraçado morra cedo e prove do gostinho do que é sofrer, derramar sangue até nos olhos.

SunHee me ajudou a levantar e fomos para o meu quarto.

Quando chegamos, tranquei a porta com todo o silêncio do mundo, assim, ele não saberia se tranquei ou não.

- Como vamos fazer?

Me virei pra ela, que tinha uma expressão que queria um plano.

- Não sei... dessa vez, ele foi longe demais.

- Vamos a delegacia pra denunciá-lo.

O Garoto do HospícioOnde histórias criam vida. Descubra agora