- Cap. 25 -

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      Se tem uma descrição melhor do tipo de sentimento que estou sentindo neste momento, é estar com muito peso no coração e mente. Sinto tristeza e culpa de uma intensidade que nunca senti na minha vida.

      Tudo por conta do único ser humano que entreguei meu coração, corpo e alma.

      Yoongi.

      Ele não acorda deste que levou o tiro nas costas, por conta da demora da ajuda, Yoongi perdeu muito sangue.

      JaeBeom gargalhava pelo tiro. Ria alto e claro, dizendo que venceu. E eu, chorava do lado do Yoongi, e antes de apagar, ele disse algo pra mim em forma de sussurro dolorido, porém com um maldito sorriso de conforto, que foi suficiente pra entrar em desespero e fazer Park rir mais ainda.

      Está tudo bem.

      Fiquei em prantos, fazia de tudo para que o sangue parasse de escorrer e não perder mais que deveria, e meu padrasto fazia questão de sua presença com sua risada nojenta e maléfica.

      Depois de longos e tortuosos minutos, a emergência chega junto com os policiais, e prendem Park.

      Mas em resultado, Yoongi está em coma por minha causa. Toda culpa é minha...

      Ele está a semanas sem se mexer, sem abrir os olhos, sem dar um de seus sorrisos gengivais.

      É uma tortura o ver assim, queria estar no seu lugar.

      Quem deveria ter levado o tiro sou eu, não você.

      Essa frase sempre vem na minha cabeça. Eu deveria ter levado o tiro, não Yoongi, ele não merecia esse castigo.

      E minha consciência só pesa a cada dia quando não vejo ele sorrindo ou falando sobre música e seus planos sobre uma nova composição. Dói pra mim ver ele todos os dias levando soros atrás de soros e não poder fazer nada além de esperar.

      Dói não ver ele abrir seus olhos apaixonantes que tanto amo e que me conquistaram desde que os vi.

      E todo dia, não deixo de derramar uma lágrima de culpa e me lamentar por não ter entrado na sua frente e ter o defendido.

      Eu sou a culpada de tudo...

(...)

      Suspirei baixinho, com um pouco de dificuldade por conta da claridade, fui abrindo aos poucos meus olhos. Olhei ao redor do quarto e um sorriso surgiu no meu rosto.

      Mano... que noite.

      Quis muito rir, porém sabia que Yoon ainda estava dormindo, já que ouvia seu ressonar na minha nuca e seu abraço protetor em volta da minha cintura por cima do lençol dizia que estava no seu quinto sono.

      Fechei os olhos novamente e suspirei toda boba. Estou sentindo uma felicidade tão genuína dentro de mim que puta merda... tá tão boa.

      Comecei a fazer carinho na mão do Yoon, aproveitando esse tempinho de silêncio e formando nossa própria bolha de paz. Eu tava quase voltando a dormir de novo, só que escutei meu celular vibrar em algum canto desse quarto.

      Respirei profundamente, com muito cuidado, tirei o braço do meu namorado em cima de mim e fui procurar meu celular.

      Agora, como meu celular tava na gaveta da escrivaninha, aí eu já não sei.

O Garoto do HospícioOnde histórias criam vida. Descubra agora