Capitulo 18

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O Edu voltou para a casa com a mãe dele, eu queria ir junto com ele, mas esse assunto é só entre ele e seus pais.

Cheguei em casa e tava uma bagunça, tinha caixa espalhada pela casa e o meu irmão estava brincando com elas.

- Que bagunça é essa David?
- Chegou surpresa pra você.
- Para mim?
- Sim, vai lá em cima.

Subi as escadas e meu Pai estava no quarto do bebê.

- E ai gostou?
- Meu Deus Pai, que lindo!

Eu comecei a chorar o berço e o guarda roupa chegaram, meu Pai estava terminando de montar o berço, estava lindo, eu não tenho palavras pra descrever, só isso para me alegrar hoje.

- Pai está lindo, obrigada por montar eles.
- De nada filha. - sorriu.

Minha mãe entrou no quarto e começou tirar fotos de tudo para mostrar para suas amigas do salão.

- Meu netinho vai ter o quarto mais lindo do mundo.
- Não vejo a hora dele estar todo pronto.
- Amanha vou ao shopping e vou comprar mais coisas para a decoração.
- Eu vou junto.
- Nada disso, amanhã você tem aula.
- Mãe eu quero ir, é o quarto do meu filho.
- Tabom, então quando você sair da escola eu te busco.
- Tabom.

Já estava super tarde então eu tomei banho e dormi.

6h00

Acordei muito sonolenta e com muita dor nas costas, hoje estou fazendo 5 meses e falta pouco para o meu filho nascer.

Eu não recebi mais nenhuma ligação do Gui e por mais que eu ame muito ele, eu preciso seguir minha vida.

- Bom dia filha.
- Bom dia mãe.
- Como você está?
- Com dor nas costas, mas bem.
- E o Edu, será que ele contou sobre sua sexualidade?
- Não sei, espero que sim.

Edu

Cheguei do hospital e meu Pai se levantou e me abraçou.

- Você está bem?
- Estou.

Ele ficou parado me olhando com a mão no rosto e minha mãe entrou logo em seguida depois de ter guardado o carro.

- E então filho, agora me conte o que aconteceu?

Pedi para eles se sentarem na mesa de jantar, eu estava tão nervoso e com medo deles não aceitarem, eu nunca fiquei tão nervoso assim, minhas mãos estavam suando, eu não conseguia falar nada, parecia que minha voz tinha sumido, meus pais ficaram ali sentados me olhando e esperando eu falar.

Respirei fundo, passei a mão no rosto e comecei a falar.

- Mãe...Pai.
- Oi filho.
- Muitas coisas aconteceram comigo.
- Como assim filho?
- Vocês ja devem ter percebido que eu não sou muito masculino, eu gosto de usar roupas extravagantes, passo maquiagem, gosto de músicas pop, nunca apresentei nenhuma namorada e gosto de coisas femininas, desde criança gostava de brincar de boneca, não gostava de futebol e de brincar na rua com garotos, sempre andei com meninas.
- Filho... o que você quer dizer com isso?
- Você ainda não entendeu mãe?
- Talvez...
- O que você entendeu?

Meu pai se levantou e começou a andar de um lado para o outro.

- ENTAO VOCÊ APANHOU DE ALGUM ANTI GAY?
- Homofóbico que se chama Pai.
- VAMOS COLOCAR ESSE DESGRAÇADO NA CADEIA, NINGUÉM VAI BATER NO MEU FILHO POR CAUSA DA OPÇÃO SEXUAL DELE.
- Calma Pai, o Tio João ja vai resolver isso, a Alice vai falar com ele.

Minha mãe estava chorando e eu não sei se ela esta chorando de tristeza ou de alegria.

- Mãe?
- Filho porque você não contou isso antes?
- Eu estava com medo da reação de vocês.
- Filho você sabe que eu e o seu Pai não temos preconceito, nós te amamos independente de tudo.

Ouvir isso mudou minha vida, eu queria tanto ouvir isso deles, eu tinha medo deles não me apoiar, mas agora eu estou feliz, eu nem estou mais triste por eu ter apanhado, eu estou feliz em saber que meus pais me amam acima de tudo.

flashback off

Terminei de tomar café e fui para a escola, hoje vou ir de ônibus porque depois da escola minha mãe vai me buscar.

Eu já estava alguns dias sem ir a escola, muitas coisas aconteceram, mas graças ao Edu eu consegui colocar tudo em dia.

Cheguei na escola e alguns conhecidos vieram falar comigo, perguntar sobre o bebê e se podiam sentir ele, é estranho as pessoas ficarem tocando na minha barriga, mas eu não tenho problema com isso.

O sinal tocou e eu fui para a sala de aula, a professora me chamou de canto e disse que depois precisava falar comigo sobre minhas notas.

Eu sei que estou com notas ruins, eu sei que os estudos é importante, eu sempre fui uma boa aluna, mas agora eu estou mais focada no meu filho.

A aula dela acabou e ela me chamou para irmos até a sala da direção, me sentei e estava ali todos os professores, fiquei um pouco assustada, boa coisa não é.

- Bom Alice nós sabemos que você agora tem que cuidar da sua saúde e da sua gestação, mas suas notas não estão boas, você está faltando muito, você perdeu muitas matérias.
- Desculpe interromper, mas sobre as matérias eu já coloquei elas em dia, o Edu me emprestou o caderno dele.
- Otimo, mas e as provas?
- Vocês não podem aplicar elas para mim?
- Não, isso não seria justo com os alunos que faltaram no dia.
- Tudo bem.
- Eu e o concelho decidimos que você deverá fazer 25 trabalhos para recompensar tudo que você perdeu, se você fizer todos eles, não será mais necessário você vir a aula, você já vai ter terminado o ano.
- 25?
- Isso.
- Desculpe, mas é muita coisa.
- É o único jeito querida, se você não fizer você vai perder o ano Alice.
- Meu Deus!
- E ai?
- Fechado, irei fazer.
- Você tem 2 semanas para fazer todos eles.
- 2 SEMANAS?
- Sim.
- Ok, vou tentar.
- Aqui está os temas dos trabalhos, boa sorte.
- Obrigada!

Peguei a folha e sai da sala, eu estou preocupada, como vou fazer 25 trabalhos em 2 semanas, mas vou tentar, não posso perder o ano logo agora que é o último e estou pronta para me formar.

O destino da paixão. (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora