Capítulo 62°

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  Leonardo Narrando:

Fico olhando para Heloiza e sinto o seu olhar de ódio em cima de mim, dou ombros e dou um sorriso de lado só para provocar.

—Então? Vai ficar só me olhando? -Ela cruza os braços.

—Claro que não, vim pegar algo que me pertence. -Falo e ela me olha estranho.

—Não tenho nada de você. -Ela fala entre dentes.

—Sim, você tem… -Falo e me inclinei para frente. —Você está com uma folha dos documentos de Diego. -Falo baixo e ela fica sem reação.

—Não… -Ela engoliu seco.

—Não minta para mim Heloiza. -Falo sério. —Sr. Ricardo me deixou responsável pela a transferência de Diego para a prisão máxima… Eu estou com todos os documentos dele e vi que falta um, você como delegada e sei lá o que for daquele traficante imundo, sei bem que você seria capaz de fazer tudo para que ele fique ali dentro. -Falo entre dentes e encaro seus olhos castanhos.

Heloiza fica balbuciando mas não sai nada de sua boca, vejo seus olhos marejados e a mesma engoli seco.

—Você fez a cabeça do Sr. Ricardo, só para ficar com o caso. -Ela fala com a voz trêmula.

—Talvez… -Falo olhando para as minhas unhas e depois para ela.

—Você é um desgraçado Leonardo. -Ela fala entre dentes e vejo uma lágrima descer pelo seu rosto lindo.

Reviro os olhos e vejo que sua bolsa estava em cima de uma cadeira ao seu lado, pego a mesma e me levanto.

—Me devolve. -Ela levanta e tenta pegar.

—Será que o papel está aqui? -Falo abrindo a bolsa e ela tenta pegar de volta.

Viro a bolsa de cabeça para baixo e jogo tudo no chão, várias coisas se espalharam até mesmo a arma de Heloiza e finalmente vejo uma folha um pouco amassada.

—Para Leonardo… -Ela chora e tenta pegar a bolsa.

Pego o papel e abrir o mesmo, meus olhos brilharam ao ver o documento que faltava, jogo a bolsa no chão e olho para a Heloiza que chorava e recebia os olhares de todos do restaurante.

—Que feio Heloiza, você como uma delegada bem sucedida, defendendo traficante… -Falo um pouco alto e sério.

Heloiza me encara e chorava em silêncio, logo veio o gerente do restaurante e perguntou o que tinha acontecido ali.

—Nada demais… -Falo e dou as costas. —Ah e mais uma coisa… -Falo e encara Heloiza. —Pode se despedir dele, mês que vem ele já vai ser transferido. -Dou um sorriso de deboche e saio dali.

Entro no meu carro e olho mais uma vez para a folha, ali tinha todos os nomes das vítimas de Diego. Depois dessa, ele vai apodrecer na cadeia. Dou a partida e saio dali em alta velocidade, passei a noite claro tentando resolver esse caso e agora finalmente vou encará-lo e prender Diego.

     

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       Heloiza Narrando:

Fico no meio daquele restaurante chorando baixinho, sinto os olhares e cochichos em cima de mim. O gerente do restaurante me ajudou com as minhas coisas e volto a sentar, ele devolve a minha bolsa e limpo minhas lágrimas.

—Calma Srt. Gomes. -Ele fala do meu lado. —Garçom por favor, traga água para ela. -Ele fala e me olha.

Eu não conseguia falar nada, sinto minhas mãos trêmulas e minha garganta seca. Logo o garçom chega com a água e o meu pedido, ainda tinha alguns olhares em cima de mim.

Amor Fora Da LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora