Capítulo 84°

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Heloiza Narrando:

Ele estava nervoso, a sua forma de segurar o volante, com força, me preocupava. Olho para baixo e vejo Erick dormindo tranquilamente nos meus braços, suas bochechas estavam vermelhas e suas mãozinhas Pequenas estavam segurando o chocalho.


Beijo sua testa e logo as cenas de mais cedo ficam em minha mente, não sei o que seria de mim, sem o meu filho. Olho para Diego e vejo que agora não é só ele que estar na mira dos policiais... Eu também estou!


Nunca me imaginei estar nessa situação, cresci o tempo todo odiando o tráfico e bandidos e olho só eu agora, meu namorado é um bandido e chefe do tráfico de drogas do Alemão. Decepção para meu Pai.


Papai... Nem sei como falar pra ele, não sei se ainda vou conseguir olhar na sua cara, eu nem sei se ele ainda vai me aceitar como filha depois disso. Os meus pensamentos são interrompidos pela a reclamação de Diego, só agora que eu percebi que seu ombro estava machucado, coloco Erick no bebê conforto e vou para o banco da frente.

—Deixa eu ver como tá isso. -Falo e ele reclama. —Foi de raspão, mas tá um pouco fundo... Precisamos parar em uma farmácia. -Falo e ele bufa.


—Nem pensar, do jeito que o clima tá pra nós dois, não confio em sair desse carro. -Ele fala sério.


—Para onde vamos? Preciso pegar coisas para Erick. -Falo e Diego permanece calado.

Solto um suspiro e cruzo os braços, encosto minha cabeça na janela do carro e fico olhando o movimento das ruas. Depois de um bom tempo o carro para, detrás do condomínio onde moro, Diego pede para eu ser rápida e pegar o máximo de coisas que eu precisar.


Saio do carro e caminho em passos largos até a portaria, entro e pego o elevador até a minha cobertura. Ao chegar vejo que estar vazia, vou até a cozinha e vejo um bilhete de papai, dizendo que foi no mercado comprar coisas para o nosso jantar. Àquilo fez eu sentir um aperto no coração, um nó se forma na minha garganta, deixo o bilhete no balcão e vou para meu quarto.


Pego uma mala grande e coloco minhas roupas e outras pertences meu, pego outra menor e coloco as coisas de Erick, tudo o que ele precisa. Mas antes de ir, eu pego papel e caneta, me sento e ali mesmo na minha penteadeira, escrevo uma carta para meu Pai. Com lágrimas e coração partido por deixá-lo para trás, eu desabafo tudo e conto toda a verdade, eu nunca iria ter coragem de falar pessoalmente e essa foi a melhor forma de dizer tudo o que sinto.


Depois de escrever, pego as malas e um kit de primeiros socorros, dou uma última olhada no meu quarto e na minha casa, as lágrimas escorriam sem parar, o meu coração batia forte. Fecho a porta e saio Dalí em passos largos, ao me ver com as malas o porteiro pergunta se eu quero ajuda, mas na mesma hora eu nego. Vou até a rua detrás e me aproximo do carro, Diego abre o porta-malas e eu coloco a bagagem, entro e coloco o cinto.

—Você demorou. -Sua voz grossa me causou arrepios.


—Eu precisava ter um momento só. -Falo chorando e me encolhi no banco.

Diego não fala nada, apenas dar a partida e seguimos viagem, eu não sabia para onde nós ia, não fazia idéia de quando eu iria voltar para ver meu Pai. Era tantas perguntas que minha cabeça doía, sinto a mão de Diego na minha coxa e olho para ela, pego a mesma e entrelaço os nossos dedos.

Amor Fora Da LeiOnde histórias criam vida. Descubra agora