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                                                                                       Poliana         

Acordo com o despertador tocando. Pego a minha toalha e me encaminho até ao banheiro, pego o pente de dentes largos que fica sobre a pia e penteio meus cabelos. Pego a presilha que estava em meu pulso e faço um grande coque de bailarina. Passo uma pomada por cima do penteado para dar uma aparência mais uniforme.

Escovo os dentes e retiro minhas roupas . Tomo meu banho e visto-me rapidamente.

Ouço a buzina da van tocar e entro em desespero .

- Vamos filha, rápido! - Minha mãe grita sem paciência .

Volto para meu quarto correndo e coloco os sapatos sem amarrar, pego minha bolsa e desço as escadas correndo tomando cuidado pra não tropeçar nos cadarços.

Minha mãe me vê descendo e me oferece uma pera, vai até a porta e faz um sinal pra Vanda .

- Oi mãe, vou fazer o trabalho na casa do Mike como te disse ontem . - Ela presta atenção em mim e me entrega o dinheiro do ônibus caso eu precisasse. - Obrigada, te amo.

- Também te amo. - Ela diz e eu saio correndo pra dentro da van.

Entro na van e me sento no banco da frente e cumprimentando o pessoal, olho pelo retrovisor interno e vejo Dan sentado conversando com com uma menina.

- Bom dia Poli, sua mãe me disse que talvez você não volte de van. - Ela diz concentrada no trânsito.

- Sim, caso eu vá voltar eu te ligo. Não se preocupe. - Digo amarrando os meus cadarços.

- Tudo bem. - Ela diz e abre a porta para um menino maior que desce revirando os olhos. Deveria estar com sono.

Mordo minha pera e abro minha bolsa pra ver se estava tudo dentro dela .

                                                                                      ...............

Desço no portão da escola e cumprimento o porteiro, jogando o resto da pera na lata de lixo da entrada e entro pelos corredores entupidos de gente.

Me sento em um banco de ferro que ficava de frente para uma janela. Hoje o dia estava quase ensolarado. Quase.

Algumas meninas que passam no corredor me cumprimentam e outras nem olham na minha cara.

Rafaela chega correndo, se senta do meu lado e com a respiração ofegante ela me olha e diz .

- Oi! - Ela diz se acalmando.

- Oi? Você tá correndo por quê? - Eu pergunto erguendo a sobrancelha .

- Por nada. - Ela diz como se nada tivesse acontecido e abre a bolsa pegando um espelho e uma máscara de cílios .

Minutos depois um garoto passa pelo corredor e pisca pra ela. A mesma sorri pra ele e vira-se pra mim.

- Como estou? - Ela pergunta enquanto mexe nos longos cabelos castanhos.

- Linda. - Digo sem muita empolgação .

- Ótimo. Te vejo mais tarde! - Ela fala ao se levantar .

Esse era um dos problemas de Rafaela. Ela só se arrumava para ficar com garotos. Não tinha o mínimo de amor próprio, nesse quesito, eu tinha pena dela .

Suspiro de tédio.

"Era melhor ter chegado atrasada mesmo." Penso.

Vejo a figura de Mike aparecer no início do corredor e me levanto ao ouvir o sino tocar.

O começo do fim .    *Em revisão (2022)*Onde histórias criam vida. Descubra agora