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                                                                                              Poliana

Entro em casa e vejo Danilo dormindo no sofá com a televisão ligada, chego perto dele e pego o controle apoiado sobre sua barriga com cuidado, desligando a TV. Apesar da significativa melhora, minha mãe ainda estava preocupada.

- Oi filha, como foi a escola? - Vejo ela entrando em casa com um bolo gigante de roupas nas mãos . Ela coloca no sofá em um lado afastado de Dan e se vira pra mim de novo .

- Foi normal mãe, estou animada pra ir à festa. Vou tomar um banho e já volto pro almoço. - Digo vendo ela assentir, subo a pequena escada e entro no meu quarto me jogando na cama.

Me repreendo mentalmente ao ouvir o estalo que a cama fez, me levanto devagar e agradeço ao ver a cama ainda de pé. Eu realmente precisava de outra mas não pretendia pedir a minha, não agora. Ela já possuía preocupações demais e não precisava de mais uma.

Jogo minha mochila em um canto do quarto, pego minha toalha e minhas roupas, tomo um banho rápido e vou até o andar de baixo encontrando minha mãe
colocando sopa no prato do Dan.

Me sirvo também e começo a comer em silêncio, nós estávamos tentando incentivar o Danilo comendo a mesma comida que ele. Amanhã seria o último dia de descanso dele e eu torcia para que ele estivesse melhor, apesar do enjoo persistente.

Agora o que nos restava era esperar, se não ele teria que voltar pro posto novamente .

Quando terminamos de comer, lavo as louças e as coloco sobre o escorredor.

- Eu atendo mãe. - Digo ao ouvir a campainha tocar e vou até a porta encontrando minha chave pendurada na fechadura. Abro a porta encontrando Dona Lurdes sorridente.

- Oi vó, entra. - Digo sorrindo com um brilho nos olhos, eu a adorava. Estava com saudade!

Dona Lurdes era vizinha dos meus pais antes mesmo de eu nascer e nos conhecia como ninguém. Nos ajudava no que podia e nós também sempre estávamos a disposição. A cada dia nutria um sentimento ainda maior por ela e achava ser recíproco. Minha mãe e ela tinham uma relação incrível.

- Oi querida, tudo bem com você? - Ela pergunta passando a mão em minha cabeça depois de fechar a porta. Assinto ao ver minha mãe descer as escadas e vir em nossa direção, para abraça-la.

Vejo Dona Lurdes abrir sua bolsa pegando umas plantas, já tinha quase certeza do que era. Reviro os olhos ao ver as duas irem pra cozinha rindo e fofocando.

Subo e entro no meu quarto fechando a porta e as janelas.

Abro a gaveta da mesinha de cabeceira e pego um esmalte azul escuro, ele tinha que combinar com a minha roupa de hoje. Estava botando fé que não iria desanimar nessa festa, só precisava relaxar um pouco.

Espero minhas unhas secarem com aquele azul marcante enquanto abro o chat de conversa da Rebecca. Eu realmente queria explicações sobre aquele dia no banheiro, ela parecia muito abalada e eu quase não a via nos corredores da escola.

* Oi Rebecca, que bom que vc está online. Me diz o que aconteceu com você naquele dia, é sério . - 14:40 * Envio e a vejo visualizar.

* Oi Poli, posso conversar com você amanhã? - 14:42 * Quando estou prestes a responder, vejo ela digitar. * Pode ser na sua casa? Eu realmente estou desesperada. - 14:43 *

* Claro, aparece aqui depois do horário do almoço. Você sabe o endereço. - 14:45 * Envio e ela confirma, não fazia a menor ideia do que havia acontecido com ela.

O começo do fim .    *Em revisão (2022)*Onde histórias criam vida. Descubra agora