Aiya segura com força à mão de Kato, como se fossem um casal. Isso traz um aperto em meu coração. Ligo o Micropod, e vejo os mapas. Os corredores por onde precisamos passar e a sala onde nos esconderemos está claramente marcada com um X.
As portas do elevador se fecham e o medo nos consome. Mas com este novo relógio toda e qualquer porta lá em cima se abre, a quem ele pertencia? Claustrofobia toma conta do pequeno espaço e alguns começam a chorar de medo. Preciso me fazer de forte. O elevador sobe rapidamente e é difícil manter-se de pé. Com uma freada brusca paramos no meio do nada.
— E agora? – Pergunta alguém.
Sigo os passos de Daniel e escalo o elevador em direção ao topo.
A poucos metros percebo um túnel largo, dele sai uma brisa fria e úmida.
— É por aqui! – Grito e faço sinal para um por um subirem. – Precisamos ser rápido, em breve o elevador irá descer para buscar o resto. – Com as mãos seguro na borda do túnel, ele é gelado e me puxo para dentro. Há espaço suficiente pra ficarmos de pé. Aqui é escuro, não vejo nada. A memória lembra-me de que possuo uma pequena lanterna em minha mochila. Ilumino o local e vejo que estamos em uma sala comprida, mobiliada e empoeirada. A última pessoa sobe e então começamos a caminhar pelo local seguindo o mapa que o meu Micropod mostra. Olho para trás e percebo o medo no rosto de cada pessoa.
Uma porta está aberta, indicando que alguém passou por aqui. Atravessamos a porta e pisamos em um corredor abandonado com a mesma aparência de todos os outros da Entidade. O que seria este local? O Micropod nos diz que precisamos seguir para a direita. Obedecemos.
Num lampejo, algo atinge Kato e ele desaba no chão. Ele está sangrando. Kato levou um tiro. Todos os olhares se voltam para ele e o caos se alastra nos corredores.
— Há guardas aqui! Corram!!
Então todos confusos não sabem que decisão tomar. Correr ou atender a Kato? Então um rapaz mais forte do grupo coloca Kato nas costas e diz: "Eu levo ele". E todos começam a obedecer à ordem do Micropod. Estou confuso, não sei ao que ouvir. Mas o X será um lugar seguro, um lugar onde ficaremos seguros. Ao dobrar pela centésima vez nos compridos corredores fugindo de possíveis disparos, o grupo se mostra cansado e ofegante. O rapaz forte está sujo de sangue que escorre do ombro de Kato... Seu nome é Travis. Em seguida, Travis desaba com Kato no chão não aguentando mais. Então vejo ao fundo Aiya ofegante, ela é a que está mais distante de todo o grupo, ela está parada em frente a uma Telectela desligada... A Telectela liga. Uma poltrona negra aparece na tv, e estranhamente um disparo sai da Telectela e atinge Aiya, ferindo-a no peito... Maria vendo está situação ferozmente para socorrer a amiga....
— Não! – Eu grito!
Então um novo disparo atinge Sara. Ela desaba no chão e um rastro de sangue sai de seu corpo e de sua boca.
Percebo que o grupo está perto de outro Telectela. Arranco o taco da minha mochila e com algumas porradas destruo a tela que iniciou a ligação.
— Precisamos sair daqui e ir para o X! Grito. Mas ao olhar para trás vejo seriamente todos feridos, com sinais que levaram um tiro em seu peito ou na cabeça. As Telectelas do corredor escuro atiraram em todos mesmo tempo, o sangue espalhava-se pelo corredor como um rio raso. Em segundos os caídos no chão ficam com olhos vidrados, mostrando que ali naqueles corpos a vida não existe mais e o desespero tomou conta de mim.
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FILHOS - [COMPLETA]
Bilim Kurgu"Fãs de Jogos Vorazes e Divergente Vão adorar." Blog iDea #1 Em Ficção Científica por mais de uma semana. Pela telectela Vale vê anúncios com famílias de apenas três pessoas sorrindo e frases como: "A Mãe Terra está cansada de sustentar tantas cr...