Érika está animada em um pequeno palco no canto da sala. Está próxima a um compsoft. O compsoft é um tipo de computador moderníssimo e muito grande. Ela está vestida com um blazer preto, e uma saia bastante curta.
— Já estamos utilizando este novo sistema há algum tempo. Nossos resultados estão satisfatórios. – Ela diz, e logo em seguida uma grande tela aparece no meio da sala. – Essa tela, irá mostrar o nome da pessoa que deverá vir até aqui na sala passar pelo teste. Cada pessoa passará apenas por um teste. Vocês conseguiram enxergar no que essa sala irá transmitir ao usar estes óculos especiais que vocês receberam na entrada. Vamos começar?
Érika aperta uma tecla no compsoft e umas séries de nomes começam passar aleatoriamente no grande telão. A velocidade vai diminuindo, até que um nome aparece estabilizado: Abe Matso.
Esse nome pertence a garota ruiva que estava falando comigo mais cedo. Ela sai determinda de seu lugar, e vai em direção à porta que se abre automaticamente. Abe coloca os óculos e Érika avisa que vai dar algumas instruções.
— Esta simulação poderá dar dores de cabeça em alguns aqui, então, por favor, resolvam logo o problema do teste e não fique muito tempo aqui. Que se inicie o teste.
Eu coloco meus óculos e começo a enxergar o que Abe está vendo. A sala se transformou em um escritório grande e bagunçado. Nele há algumas caixas, mesas e Compsofts. Muitas pastas e papeis espalhados pelo chão. A iluminação é fraca e amarelada. Não há janelas. A tela suspensa continua lá, e mostra a seguinte frase: Existe uma criança escondida neste local, encontre-a e leve-a até o veículo.
Percebo Abe determinada. Ela inicia a busca pela tal criança em meio às caixas. Não encontrada nada, então parte para uma mesa grande cheia de gavetas grandes. Não há nada lá. Então ela começa a escutar um choro, ele vem da onde? A criança está berrando e está escondida dentro de um cesto com alguns casacos. A criança está extremamente magra e doente. Abe carrega a criança e leva até o veículo da Entidade. Ao colocar o pequeno bebê em um berço. As paredes se tornam bancas novamente.
— Realmente esse teste foi sem graça. – Murmura Érika. – Por favor, volte para o seu lugar.
Vamos aumentar um pouco a dificuldade desse teste. Vejo uma pequena barra mudar a coloração no Compsoft de Érika. Ela aperta uma tecla, e meu nome é mostrado na tela suspensa.
Caminho até ela, e percebo que ela se afasta um pouco para trás.
— Não chegue muito perto garotinha. – Diz ela.
A casa em que estou é bem menor que a minha. Possui poucos moveis e muitas crianças. Em frente às crianças está uma garota de olhos puxados e cabelos extremamente lisos.
— Você não vai tocar neles. – Ela corre em minha direção e pula em cima de mim, eu caio no chão. Com o cotovelo soca meu estomago. A dor é forte. Tento retira-la imediatamente de cima de mim. Mas ela persiste. Levo outro soco no estomago. Rapidamente rolo para a minha esquerda e tento ficar em pé. Imediatamente ou um chute com força nas pernas dela e ela cai. Atrás de mim enxergo um pequeno vaso roxo. Pego e escondo atrás de mim. Ela se aproxima. Eu pego o vaso e quebro em sua cabeça. Ela cai no chão. As crianças estão indefesas. Eu estou dolorida. Dou um grito de ordem e todas elas me obedecem imediatamente. Correm até o veiculo e a simulação acaba.
Estou me sentindo aliviada. Não estou sentindo a culpa de machucar ninguém. Não precisei derramar sangue ou fazer uma criança chorar realmente. Eu poderia até esboçar um sorriso em meu rosto, mas me seguro. É tão real o que vemos na sala de testes, podemos sentir cheiros e tocar nos objetos que desaparecem tão fácil quanto aparecem. A madeira parece madeira. O plástico parece plástico. E o metal é tão brilhoso e frio quanto um de verdade.
Os testes prosseguem normais, e todos conseguem concluir as missões. Algumas mais fáceis e outras mais difíceis. Por ter concluído o meu teste de interesse, estou livre pelo resto do dia. Durante a noite, após o jantar poderemos ver o resultado nas televisões em nossos quartos. Caso eu não tenha sido aprovada para a espionagem, poderei fazer outros dois testes para a Mídia ou Tecnologia. Nenhum destes realmente me interessam. Eu saí do Esgoto apenas para poder ver minha família, e os outros empregos irão me deixar presa aqui na Entidade.
Vou para o meu quarto descansar e esperar o momento em que o resultado será mostrado na Telectela. Pego meu casaco e abro todos os documentos que infelizmente tive que roubar de Zumbi. De que forma poderei ajuda-lo aqui no lado de fora? Se todas aquelas pessoas lá fora soubessem das mentiras de Abraão as coisas ficariam mais fáceis. Estou lendo os documentos e os altos valores que são pagos pelo Presidente para obter estes terrenos. Os documentos mostram endereço, tamanho, valores e antigos donos.
Algumas anotações de Zumbi são ilegíveis, eu consigo detectar poucas. Atrás de alguns documentos vejo contas e mais contas. Valores exorbitantes. Muitos terrenos nas mãos de Abraão e poucos lugares para as pessoas mais pobres viverem.
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FILHOS - [COMPLETA]
Fiksi Ilmiah"Fãs de Jogos Vorazes e Divergente Vão adorar." Blog iDea #1 Em Ficção Científica por mais de uma semana. Pela telectela Vale vê anúncios com famílias de apenas três pessoas sorrindo e frases como: "A Mãe Terra está cansada de sustentar tantas cr...