Liz estava sentada em sua cama, escrevendo tranquilamente em seu diário quando Tara invadiu o quarto, aquele garoto esquisito, Bo, logo atrás. Ninguém disse nada, os três apenas se encararam em silêncio. Tara tinha os olhos arregalados, mas Bo mantinha a mesma expressão indiferente, que era a única que Tara havia visto até agora.
— O que foi? – perguntou finalmente.
— Quão louca você acha que eu sou? – Tara falou, ainda segurando a porta aberta no lugar.
— Antes de você entrar, só um pouco, agora eu já não sei mais. – declarou com cautela.
Tara suspirou e passou a mão no rosto, liberando a porta, que quase fechou, deixando Bo para fora, mas ele deu um passo para frente e impediu a colisão com o pé.
— Nós precisamos de ajuda, você vai entender quando vir. – a colega de quarto assegurou.
Liz respirou fundo, considerando suas opções. Não devia ser nada de mais, mas se Bo estava envolvido, a probabilidade de ser encrenca era grande. Ela já percebera que ele não era uma companhia muito segura e agradável.
— Se eu me foder por causa disso, eu vou matar vocês dois. – levantou bufando.
— Olha...
~
Era uma mulher. Sangrando no chão do quartinho de limpeza do corredor.
Ele estava claramente morta, o sangue já havia parado de escorrer inclusive.
— Mas que porra é essa? – Liz virou para os outros dois. – O que vocês fizeram?! Eu sabia que não devia ter vindo, agora vou ser testemunha, eu vou ser envolvida! Por que vocês fizeram isso?
Tara encarava o corpo no chão como se houvesse alguma coisa errada. Até Bo parecia confuso, sua testa franzida enquanto contemplava o corpo.
— E-eu... – Tara levantou a cabeça. – Eu juro que não era uma mulher, eu juro! Era um monstro, era horrível, parecia um animal e ela atacou o Bo, eu não...
— Você é louca sim! Isso é uma mulher, uma mulher morta no chão e vocês atiraram nela! E me envolveram no assassinato!
— Ela está falando a verdade, era um monstro. – Bo se pronunciou, sua expressão diferente milagrosamente.
— Vocês deviam estar alucinando! – gritou. – Não consideraram isso antes de atirar num ser humano?
— Eu juro que não era um ser humano! – Bo respondeu com o tom de voz um pouco alterado. – Eu sei o que me atacou.
— E quem garante que não era uma alucinação coletiva? – colocou as mãos na cintura. – As pessoas aqui tem muito isso.
Tara parou, o olhar em seus olhos mostrando que estava considerando a possibilidade e isso a assustava. Liz não sabia se a garota havia matado alguém antes, mas ela não parecia calma com a situação.
— Temos que chamar Lukas. – ela balançou a cabeça e saiu do quartinho. – Agora!
— Não. – Bo segurou seu pulso.
— Não o que? – a colega virou o rosto para ele.
— Não quero chamar o Lukas.
— Por quê?
Os dois trocaram um olhar sério, como se Tara já soubesse a resposta.
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Éden
Science FictionO Instituto Psiquiátrico New Eden é um local acolhedor que preza pelo conforto e pela restauração mental de seus jovens pacientes. No entanto, quando monstros se infiltram no local, oito residentes passam a se perguntar se o que vêem é real ou se é...