13. Batalha

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     O suor escorria pela testa de Ronan, pelos braços, por todos os lados. Ele se sentia nojento, mas não queria se desvencilhar de Noah, que era o motivo para seu corpo estar tão quente. O mais novo não queria soltar, sua forma pequena aquecia a área lateral de Ronan, era agradável e desconfortável ao mesmo tempo.

     — O que a gente faz agora? – Lukas perguntou, fazendo todos se voltarem para ele.

     — Como assim? – Tara deu uma risada nervosa. – Você que tem que saber o que fazer, Lukas.

     — Eu?! – ele arregalou os olhos. – Eu não sei de nada!

     — Não comecem a discutir de novo, por favor. – Ronan revirou os olhos. – Acho que não temos mais o que fazer, só esperar essa garota acordar. Preciso respirar, vou ao banheiro.

     Ele olhou para Noah, esperando que o menino se afastasse, o que não aconteceu.

     — Noah? Quer ir comigo? – perguntou.

     — Prometo? – foi a resposta que obteve.

     Ele franziu as sobrancelhas, confuso. Será que havia quebrado Noah?

     Falando em quebrado, Nico não havia dito nada desde que pedira para irem embora e agora estava encolhido em posição fetal em sua cama, olhando fixamente para o chão.

     — Nico? Quer ir junto? – ofereceu tentando sorrir.

     O mais velho olhou para ele por alguns segundos e depois para Lukas, que sorriu e fez um sinal com a cabeça, para que ele fosse com os amigos.

     Nico se levantou e encarou Ronan, esperando que ele fizesse o próximo movimento.

     Como Noah não o deixava, Ronan se pôs de pé, um braço ao redor de Noah de modo protetivo, puxando o menino para cima com ele.

     Estendeu a mão para Nico, que segurou sem hesitar e arrastou os dois para fora do quarto. 

     Os três caminharam pelos corredores até o banheiro sem sequer se preocupar com quem estava em volta. Eles pareciam invisíveis, de qualquer jeito, ninguém prestava atenção.

     O banheiro estava vazio, as luzes apagadas, porém não estava escuro, pois a luz do lado de fora vinda das janelas iluminavam bem o local. Nico soltou sua mão e seguiu até o final dos mictórios, virando na entrada para o corredor das cabines. Ronan esperava que ele ficasse bem, não saberia como lidar com uma crise do maior sozinho. Se Lukas estivesse com ele...

     — Noah? – chamou, tentando se separar do mais novo. 

     Como ele não respondia ou se movia, Ronan seguiu até a bancada ao lado da pia e segurou a cintura magra de Noah com firmeza, antes de puxá-lo e o sentar no mármore gelado. Pegou suas mãos e olhou visceralmente em seus olhos.

     — Está tudo bem, eu só vou lavar o rosto. – falou com sinceridade. – Eu nem vou sair de perto de você, ok?

     — Prometo? – seu olhar entregava o turbilhão de emoções que ele estava vivendo.

     — Eu prometo. – sorriu.

     Noah assentiu devagar e soltou a mão de Ronan, que ele nem havia percebido que estava sendo apertada com força.

     O único ruído era das pernas de Noah balançando ritmicamente no ar, o tecido do uniforme friccionando na área das coxas produzindo um barulho abafado. Sons repetitivos como aquele irritavam Ronan, causando crises de raiva na maioria das vezes, mas algo tanto em Noah quanto em Nico acalmava Ronan e impedia seus ataques.

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